quinta-feira, 22 de maio de 2014

Amplificador Fender Frontman 25R

Fender Frontman 25R.

Seguindo a idéia de amplificadores (transistorizados) de pouca potência, com um som decente, práticos e de baixo custo, mais um pequeno valente é este Fender Frontman 25R. Já tive um e toquei muito com ele em barzinhos, raramente precisando microfonar. Para um transistorizado de 25 watts, a potência dele é bem real. Nunca precisei chegar no 7, no volume dele. Atualmente ensaio com uma jam band e uso um outro desses. Tocamos alto e no máximo coloco no 5.

É um amplificador simples como todo amp deve ser. Um canal limpo, outro sujo e reverber...basicamente.
Tem entrada para footswitch, fone de ouvido e para uma outra caixa de 8 ohms, o que é excelente se você quiser um som mais aberto, com outra ambiência. Você usando outra caixa, o falante dele não atua.

O som dele como todo Fender, é clean e brilhante e não decepcionará quem esta a procura de um timbre clean real de guitarra. Ele da a sensação de que já vem timbrado com as características que estamos ouvindo e é o que acredito que aconteça com todos os amps.
Traduzindo... ele já vem com um certo agudo, um tantinho de médio e algum grave. Então você pode acrescentar mais de tudo com os controles de agudo, médio e grave, mas não diminuir desse ponto em que ele já vem regulado. Os controles não zeram, entende? Nosso timbre geralmente depende disso...de zerar os controles.
Mesmo assim, a gente se vira e chega próximo..é assim com todo amplificador.

Seu canal de driver:
Não sou de usar pedais e a maioria das vezes tenho usado apenas a distorção do amp...que regulada direito não desaponta.

O reverber dele não soa musical e atuante como o de outros Fender. Da aquela leve colorida no timbre, mas no caso do Frontman, ele tira um pouco o corpo do som...fica mais magro...e não compensa perder peso em função de um muito leve embelezamento do timbre...mesmo assim, se quiser aquele coloridinho ele esta ali. E o recurso reverber, em si, funciona direito e sem surpresas.

Usa um falante Fender de 10 polegadas e é onde me desagrada certos amps.
Não gosto do timbre que apenas um falante de 10 me dá...sempre puxará para o médio agudo. Já reparei isso em outros amps que tive ou toquei, de outras marcas também e que usavam um falante de 10. Eles se parecem neste quesito. Com um falante de 12 já soam um pouco mais agradáveis e maleáveis...apesar da característica do amplificador sempre estar presente.

É um amplificador que não te deixará na mão. O que tive, este que uso e que já ralou muito também...não tenho do que me queixar. Você tendo os cuidados naturais, talvez o único em especial seja com o jack de entrada, que não é muito resistente.

Aqui no blog tem vídeos-audios comigo tocando com a banda Venia e estou usando ele. Em um dos audios, ele e guitarra, só. No outro, ele com uma distorção que programei em uma Zoom. Da pra ter uma boa idéia de como o bichinho responde. 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Amplificador Randall V2XM





É um combo de 30 watts, com 1 entrada e 2 canais, selecionavéis por uma chavinha.
O canal limpo, que tem um bom som clean, tem apenas o controle de volume.
O canal 2 é o da distorção e tem controles de ganho, uma chave de booster e volume.
Tem dois sets de equalização, comuns a ambos os canais.
Um paramétrico com baixo, médio e agudo e o outro, um equalizador gráfico de 3 bandas. Ambos são bastante ativos e consegue-se várias combinações de timbres com eles.

Master volume, entrada para fone de ouvido e usa um falante de 12 polegadas original da Randall.

Na parte de trás dele, tem entradas de send e return (effects Loop),  footswitch e aquelas entradas RCA para Tape/CD.

É um combo desses com a traseira toda fechada e que tem uma resposta muito boa para sons pesados. Segundo ouvi dizer, a Randall é uma marca especializada em amplificadores para Heavy Metal. A sonoridade dele tem aquela coisa risp e cortante. Realmente lembra timbres heavy e por mais que você tente se livrar disso, ela sempre esta presente. Não é um defeito, é uma característica do amplificador. Se a tua praia não é Heavy, ou você acostuma e relaxa com o que conseguir de aproximação ao seu timbre ou então parta pra outro....ou passa a tocar heavy metal rs

Claro que estou sendo extremista, amp nenhum se presta apenas para um estilo, assim como guitarra nenhuma, mas é fato que existem instrumentos e amplificadores, projetados com intenção de soarem melhor e serem direcionados para determinados estilos.
Por exemplo. Jamais compraria uma Ibanez, pois teria pouca utilidade para mim e sua sonoridade não tem a ver com a minha. Não uso humbuckings, não uso alavanca a ponto de precisar de uma Floyd Rose, o braço rápido da Ibanez também não me é confortável, uma vez que gosto e preciso de braços mais gordos....questão de estilo e uso, nada a ver com a qualidade das Ibanez que todos sabem é excelente. E assim é também para determinados amps, que as vezes nem são construídos com esse intuito mas que tem uma sonoridade que se encaixa em determinados estilos.
Amps Fender, Vox, Ampeg... já não são assim tão comuns de serem vistos nessa praia..o que também não quer dizer que não possam ser usados para heavy...basta surgir algum guitarrista usando, com um timbre heavy que ele conseguiu sabe-se lá como e pronto...começam a surgir os seguidores e adoradores. Sempre foi assim, só depende do talento e da capacidade do músico em pesquisar, fuçar e inventar.

Voltando ao Randall, sua caixa é daquelas fechadas, o que da um bom peso e graves. Fiz um teste uma vez e abri a caixa. A sonoridade mudou, é claro. Ficou mais aberta, com mais ambiência, perdeu o gravão e consegui disfarçar um pouquinho melhor o tal timbre heavy. Mas como é um amp desenhado para usar com o cabinete fechado, preferi fecha-lo de novo.

É um amp que segura uma banda barulhenta pesada (barulhenta no sentido de tocar alto) mas é evidente que se você toca Heavy metal e quer ter aquela sonoridade massuda, precisará de mais potência pra trabalhar relaxado e mais falantes. Para tocar em locais pequenos, no reino dos normais, ou até gigs maiores e também em algumas que tem um Q de furada e você tem que pagar pra ver, nisso tudo, um amp pequeno que sôe razoavel é prático, leve e resolve. De visual ele é bem feinho mas isso não é motivo de preocupação...importa que ele fala!

Grupo Hidrante - Até quando - Gravado por Carlos Adriano e Fernando Medeiros


Em 1977 ou 78, recebi o convite para tocar no grupo Hidrante. Uma banda semi-profissional com repertório próprio. Fui convidado para o lugar de Marquinhos Vianna, que tinha saído. Ele era irmão da Malu Vianna, que já postei uma música e falei dela no blog.. pois também toquei com ela e com ele depois.

Carlos Adriano, guitarra e vocal (falecido já), Antonio (Tony-Toninho) Lopez no baixo... quando entrei estava Luiz Claudio, mais conhecido como Blog, que tocou entre outros com o Celso Blues Boy e sua Legião Estrangeira. Ficou um pouco e o Tony voltou.

Creio que o baterista original da banda era o Peninha...que mais tarde também tocou no grupo Herva Doce. Toquei com ele depois no Aramaico.
Quando cheguei estava o Minhoca (Fernando Antônio) e que depois saiu para a entrada de Oscar, que teve problemas.
Tinha ainda Caquico nos teclados (algumas vezes) e Murilo, sax e flauta..algumas vezes também. Além de José Facury Heluy que contribuía como letrista.

Não sei muito sobre a história do grupo.. quando entrei ele já tinha uma estrada. Soube de um show com Paulo Cezar Girão, já conhecia o Adriano..

Conheci outros músicos mais velhos e mais experientes, a assistir seus shows e ter contato com bandas com cara de bandas, não conjuntinhos. Era realmente um mundo novo pra mim.

Fizemos alguns poucos shows.. teve um na primeira praça de skate do Rio em Nova Iguaçú, no suburbio. Dividimos com o Flamboyant do Zé da Gaita. Pena que não tinha ninguém e nem lembro se ou o que tocamos. Acho que rolou uma jam...não lembro mesmo.

Três apresentações na Casa do Estudante Universitário (CEU) que foram bem legais..dois dias de casa cheia e o terceiro...cheia de amigos...

A CEU era um lugar underground onde bandas menos conhecidas tocavam no horário da meia-noite..um horário tradicional de shows de rock nos anos 70.
Tinha um palco bom pra dança..era inclinado...meio esquisito e ao mesmo tempo interessante, pois te projetava mais para o público e vice-versa.
Tocamos umas 3 vezes ali..meu primeiro show na banda foi ali.

Era tudo meio mambembe lá, o que eu sentia que afugentava certo tipo de público..gente fresca.

Na primeira vez que toquei só tinham cadeiras soltas..como tava vazio, não teve briga por nenhuma. No outro show, eles haviam colocado bancos e fizeram com uma inclinação...tipo arena..ficou legal e ajudou nessa projeção com o público, que mencionei. Você via todo mundo..era só olhar.

Num desses últimos shows, acho que no primeiro dia. O Murilo (sax) levou o cachorro dele...um poodle preto maiorzinho...gente boa, o cachorro!

Tinha uma música chamada Fernet e definida como um um tango punk...pelo menos era como como a gente chamava. Na realidade era só uma pegada de rock que colocavamos. Enfim...a letra desse tango surgiu de um vinho que o pessoal levava pros ensaios. Depois de entornar, saiu essa letra e a brincadeira toda. O vinho se chamava Fernet.

A letra falava assim:

Maldita desgraçada
dilacerastes o meu ser
entreguei-me a bebida
covarde a esquecer

Fernet, Fernet, Fernet.

Hoje tu me abandonaste
ainda me vingo de você
....
...daqui não lembro mais

Quem cantava isso era o Murilo. Ele dramatizava, se jogava no show e cantava deitado... e no show quando fez isso, o cachorro entrou e começou a lamber a cara dele...foi perfeito!

Acho que depois disso foi a entrada do Jaburu na bateria, Ricardo Lemmers no baixo e logo depois a banda deu uma parada.

Existem alguns registros de gravações de ensaios, mas não tenho comigo. A única gravação que tenho é esta feita algum tempo depois de forma acústica em um pequeno estudio. Adriano fez os vocais, baixo e violão de 12 cordas...e eu, backing vocal e guitarra.

A música "Até quando", era do repertório da banda.


O Hidrante acabou e fui tocar no Aramaico, grupo que já postei aqui a única gravação que tenho com eles.

domingo, 11 de maio de 2014

THC The Last Show Niteroy 85


Gravação ao vivo do último show realizado pela banda THC. Niteroy 1985.

O THC - Todos Honestos Cidadãos - foi formado por Assad Emily (guitarra, composições...)e Victor (Danger) Gusmão (baixo)
A primeira formação de que tenho conhecimento contava com Assad, Victor, Jorge Victor, (bacalhau) guitarra. José Maurício Ambrosio, o Vermi Ji nos vocais, Ronaldo na bateria e Tania, backing vocal.

Depois, já sem a Tãnia, Mauro (Liberalli) Lauro foi pra bateria e eu entrei no lugar do Jorge.

E depois de uns 4 shows a banda acabou.

Os shows que fizemos com essa última formação, foram:
Um na danceteria Mistura Fina, que ficava na Barra da Tijuca. Um show muito estranho com um público mais estranho ainda.

Fizemos um Play Back, me parece em Campo Grande (RJ).
Sei que era longe. Chegamos meio mortos/chapados e fomos lá fingir. Sinistro..o palco era no formato de uma pista de desfile...um T.

Fizemos as mímicas..acho que 2 músicas...na saída as periguetes (só vi tribufu) tentando nos agarrar. Conseguiram me pegar e quase ganho um beijo na boca...escapei.

Depois tocamos no Circo Delírio, na noite de lançamento do disco "Os Intocáveis", que reunia várias bandas, dentre elas o THC. Sergio Dias, que foi também quem produziu o compacto da banda, estava pelo Rio nessa época e foi operar nosso som.

Não lembro se teve algum outro show, mas o último foi este da gravação e aconteceu no Clube Tamoio em Niterói. Tinham, com quase absoluta certeza, 12 pessoas na plateia. Um galpão imenso, que era ligado a outro igual. Não tenho muita noção de ocupação de espaço...mas pelo tamanho do lugar...acho que cabiam umas 10 mil pessoas tranquilamente. Aquilo lotado seria gente pra burro...ia faltar aparelhagem de som.

O técnico de som, que foi o mesmo que operou as outras bandas no Circo Delírio, nos gravou e somos imensamente gratos a ele...infelizmente não lembro o seu nome. Deve ter sido árduo, pois um lugar daquele tamanho vazio...deve ser osso pra equalizar e manter tudo audível e em ordem..domar eco não é fácil. Com toda a dificuldade que teve, ficou um excelente Bootleg.


Tocamos apenas 4 músicas. Único registro que tenho tocando com eles. A guitarra do Assad é a que esta mais em evidência. Minha guitarra dobrava muitas coisas com o baixo, outras com o Assad e aos poucos estava tendo um espaço maior.

Assad Emily era um grande guitarrista e compositor...além de figura. Tínhamos uma relação muito boa de respeito e admiração, um pelo trabalho do outro, sem contar que Assad tinha uma vibe boa e bom coração. Isso era também uma característica nessa banda...a amizade.

Jorge Victor e eu, montamos nossa primeira banda juntos, por volta de 73, 74...ele tocava bateria. Fizemos muito barulho na casa onde ele morava, em Botafogo.

Em 79, conheci José Mauricio e Tãnia também. Victor e Assad fui conhecer um pouco depois, creio que 82-83. E Mauro Lauro, nos conhecemos na banda.

Victor Gusmão (Danger), que é quem ainda carrega a brasa sagrada do THC, faz alguns comentários sobre a época da gravação do tema do Rock in Rio.

Victor Danger contou...

O clip do Rock in Rio não foi ao ar, devido a política das gravadoras Som Livre e CBS, com o apoio do Eduardo Souto Neto.

O hino do maior festival de rock do mundo não poderia ficar vinculado a um grupo de rock novo, senão aonde ficaria o Eduardo S.N.???

Ninguém fala do Nelson Wellington que fez a letra.

Músicos do Roupa Nova, a pedido do Eduardo, gravaram com o Vermi Ji, cantor do THC, outra versão para desvincular o nome do THC do Rock in Rio. E conseguiram... até agora que comprei um scanner novo.

Sobre o clip para o Rock in Rio, Victor disse.:

Este vídeo não existe mais. Destruíram os takes por ordem de alguém.
Fiz tudo que pude para recuperar. Foram 6 horas de gravação e ficou super legal. Era a semana anterior ao Rock in Rio e ia ao ar no Brasil todo.

Com o fim do THC em junho de 1985, Vermi Ji, Mauro Lauro e eu, fomos para Ubatuba formar o Camaleão.

As músicas do show.

Como isso aqui é um blog de guitarrista, vou dizer as participações minhas e do Assad nelas.

Em "Só em sonho" ...que confesso, não sei se o nome é esse, a primeira guitarra é o Assad, eu faço a harmonia.
No meio eu faço um solo e as outras intervenções e o último solo são do Assad, que mandou ver.

No finalzinho o cara do som aumentou minha guitarra e já que o Assad não tinha ido, fui eu fazer as firulas de fechamento. Acho até que era combinado isso.

Tangerina

Abre com o Assad. No solo do meio são as duas guitarras..depois segue o Assad de novo. Assad fez também o backing vocal.

Rolar pra você

Assad abre com o arranjo dela.
O solo do meio as duas guitarras fazem juntas. Um solo pronto bem legal e bem executado também. Assad era também um grande compositor.

No final, tivemos um pequeno desencontro e logo em seguida, quando o Assad ia começar algo, teve que parar. Acho que teve algum problema nos cabos dos pedais...não lembro mais...e novamente o técnico de som levantou minha guitarra pras últimas firulas.

Rock in Rio

Eu faço o solinho da abertura.
O solo do meio, as duas guitarras faziam juntas em um crescendo muito legal.
E o solo final sou eu de guitarra slide.

Espero que gostem deste raro documento, de uma grande banda Carioca.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Amplificador Fender Deluxe 85





Para quem esta começando a tocar ou mesmo já toca e não tem muita grana mas precisa de um amp razoável, existe uma linha de pequenos combos transistorizados que quebram um galhaço. Não custam os olhos da cara novos e mesmo se a grana estiver muito curta, que só dê pra um usado, existe a chance de conseguir um barato e em bom estado.
Esses amplificadores pequenos costumam ser bem versáteis e seguram a onda para se tocar em lugares como barzinhos, estudios...e mesmo se o lugar for grande, é só microfonar que resolve o problema. Se você tem grana, compre o que quiser mas lembre-se, comprar um amp com configuração a partir de 2 alto falantes de 12 polegadas, pode ser que você não o tire muito de casa. Se o teu lance é hobby, tudo certo, raramente vai sair de casa mesmo. Na prática, se você toca nos lugares, tendo que carregar o amp e descobrindo que não vai usar nem a metade da potência dele, vai ver que não vale o prazer. Se o cara toca com artistas de grande porte, em locais grandes, acho que pode e deve ter o seu set pesado, assim como ele também sabe que em um show menor não precisa levar o set todo...ou nada do set e optar por um combo desses pequenos e práticos. Mas como os mortais tocam mesmo é em barzinhos, eventos de motociclistas, festas variadas... nada monumental e que também não pagam grandes coisas, então é um combozinho de 30 a 50 watts, pra não ficar muito grande e ta muito bom. Você também tem um som legal assim. Não estou comparando amplificadores, estou falando de amps transistorizados de baixo custo e que funcionam a contento. Tive alguns.. uns gostei e outros nem tanto, mas em comum é que seguraram em todos os lugares que toquei. 

Começando pelo Fender Deluxe 85. Não creio que ainda esteja sendo fabricado pela Fender, mas com sorte se encontra algum usado em bom estado. É um amp com visual classudo ou de boutique, se preferirem, bastante versátil e com um som bem bacana. O tradicional cristalino dos Fender.
Tem dois canais que podem ser usados em conjunto, com controles separados. Plugando no segundo canal, você tem sua guitarra limpa e pode mixa-la com o canal sujo. Ou seja, é como se você estivesse tocando com duas guitarras ao mesmo tempo, sendo uma limpa e a outra com distorção. É um recurso bem interessante. Não pesquisei esse recurso a fundo, pra saber das possibilidades e também não tinha o manual do amp, que talvez dissesse algo. O comprei usado em excelente estado, mas sem manual.

Ele vem com um footswitch de 3 botões (de se acessar com o pé, é óbvio)
Usa um falante Fender de 12 polegadas que responde muito bem, tem entradas para o footswitch, pre-amp In, power amp Out e fone de ouvido.
No canal "sujo" você tem controles de ganho, boost, limiter, agudo, médio, (com uma chavinha para acessar um booster para esse médio) grave, volume master e o reverber...que é um capítulo a parte.
É um reverber dinãmico que da um realce na regulagem de timbre que você estiver usando, tornando-a mais bonita..realçando-a mesmo, quase como um outro potenciômetro de tonalidade ou melhor..um leve Enhancer.

O som clean dele é o estilo Fender. Brilhante e bem balanceado, puxa levemente para o agudo e não da ênfase aos médios. Seu canal limpo é simples. Volume, grave e agudo apenas. O reverber é comum a ambos os canais.

Se você usa distorção pesada, talvez precise de um pedal extra...ele não é um amp para heavy, hard...o que não quer dizer que não possa ser usado para esses estilos, mas por sua característica clean e brilhante, falta peso nele. Pra tocar, blues, rock, funk, progressivo, pop...ele se sai bem.
O segundo canal, que tem a distorção, também tem recursos de boost e mid boost, que encorpam a distorção e claro, também alteram um pouco o timbre.

A potência dele é boa, mas não acredito que seja os 85 watts que diz na traseira do amp e conforme o próprio nome diz.
Você nunca tem noção exata da potência de um transistorizado e se ele responderá a potência que diz em sua embalagem. Geralmente o volume deles segura a onda e você não precisa esgoelar o bicho, mas sempre existe a dúvida...ele vai segurar com uma banda que toque alto?

O que posso dizer sobre isso é que eu adoro tocar alto e se consigo tocar com ele no mesmo nível de volume de um baterista que toque alto, sem sacrificar o amp, ele me serve. Com esse Fender rolava e hoje toco com um outro Fender de 25 watts e creia, aguenta também.

É um amp para ser usado com cuidado, pois tem uma certa fragilidade nas peças...em especial nos jacks. Bem acabado, com visual bonito e cuidadoso, não pesa muito e nem é muito grande.
Se achar um em bom estado, não acredito que será o amp dos seus sonhos, transistorizado nenhum é, mas será um belo ajudante. Lembre-se que estamos falando de pouca potência, poucos falantes...ele é apenas um cubo, ou se preferir, um mini amp. Não é como um valvulado, que já na aparência se impôe e principalmente com sua potência real. 30 watts é 30 watts e faz um barulho de respeito.

Aqui no blog tem arquivos de audio com a banda Venia, que estou usando esse Fender de 25 watts que falei acima.
Ouça como ele segura e não cheguei o volume no 5. Dependendo da gravação, talvez tenha usado a guitarra direto nele. No vídeo diz.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Wha-wha Colorsound

A Inglesa Colorsound - Sola Sound LTD, surgiu em 1964 e sua contribuição para a historia dos pedais de efeito é inegável. Continuam fabricando seus pedais vintage, que para um leigo talvez passem desapercebidos e sejam taxados de pedais de boutique, por serem coloridos, grandes... mas não se iluda. Esses pedais tem um imenso poder de fogo.

Vou analisar um wha-wha (2, na realidade) que tive, logo com total conhecimento de causa.

A Colorsound fabricou, não sei se ainda fabrica mas creio que sim... vários modelos de wha-wha. Simples, em conjunto com fuzz, com fuzz e volume...
Tive dois amarelinhos que eram esses combos. Wha-wha, Fuzz e Swell (volume).
O primeiro, uma versão em tamanho digamos normal e o segundo exatamente igual, só que em uma caixa mais larga, mas interiormente e sonoramente eram basicamente iguais, não consegui perceber nenhuma diferênça sonora.
Sua construção era bem robusta, mesmo seu box sendo de um metal bem fino, o que o deixava leve, ao contrario de wha-whas como o Cry Baby e o Vox.

O cursor que movimenta os potenciômetros (wha e volume) feito em plástico, nunca me deu problema e funcionava perfeito. Como em todo pedal de wha-wha, aconselho a não mexer neste engenho, a não ser por absoluta necessidade ou insatisfação com o timbre. Todas as vezes que inventei de fuçar esta parte e tentar fazer alguma alteração, tipo tentando posicionar o potenciômetro de forma que me desse mais grave ou agudo (não tentei isto no Colorsound por não haver necessidade, uma vez que sua sonoridade me agradava completamente) ..enfim, em outras marcas tentei...e me dei mal, não conseguindo ajusta-lo novamente de forma satisfatória.

Os jacks dos pedais Colorsound eram outro capítulo a parte. Mesmo sendo feitos de plástico rígido, eram de uma precisão e qualidade absurdas e caso você precisasse tira-los, podia fazer isso com a mão, sem necessidade de nenhuma chave ou alicate. Tenho alguns até hoje, firmes, macios e sem ruidos, e sempre que preciso fazer alguma troca de jacks, recorro a eles.

Os footswitches do fuzz e do wha-wha, se posicionavam da seguinte forma. O do wha-wha ficava na parte dianteira do pedal e o do fuzz, na traseira, onde se posiciona nosso calcanhar. Existia o risco de você ligar o fuzz quando estivesse usando o wha-wha ou o volume, mas comigo nunca aconteceu e sempre funcionaram a contento. Acredito que tenham feito uma versão deste pedal mais larga, justo para não ter este risco.
Esses footswitchs usados neste pedal, são os únicos defeitos que encontrei, pois eram feitos de plástico e não tinham a resistência necessária a esse tipo de peça. Dois deles quebraram comigo..não interiormente, mas na peça que acionamos com o pé. Ainda deu pra ser usado...bastava pegar uma chave de fenda e acionar a chave, mas aí é uma coisa inviável. Imagine você ter que fazer isso no palco..não tem como, além do ridículo que seria. Tive que trocar os foots.

O volume (swell) tinha o curso suave como deve ser um pedal de volume e funcionava sem problemas.

O Fuzz não era uma maravilha, mas se você não tivesse um pedal desses, uma distorção ou um driver qualquer separado, quebrava um grande galho. Não tinha recursos extras para ele, além da chave para aciona-lo, mas creio que a idéia da inclusão dele no wha-wha fosse apenas essa...ter também uma distorção, caso necessário.

De todos os wha-whas que ja tive ou testei, nenhum se compara a este em termos de timbre. Seguramente sua guitarra soará mais bonita com ele e não descarto a possibilidade de usa-lo apenas como um pedal de timbre, estacionado em algum ponto de seu curso. Usando-o normal como um wha-wha, ele brilha com sua gama de frequências realçadas e ao mesmo tempo suaves. Por exemplo..os agudos e os médios não gritam no seu ouvido e nem os graves sôam ôcos, como alguns wha-whas.
Hoje por ser difícil de se conseguir um pedal desses, opto pelo wha-wha da Vox, que é o mais honesto e de timbre mais agradável e gordo que conheço, mas em termos de beleza de timbre, esse da Colorsound, na minha opinião é imbatível. 

Overdriver Colorsound

Overdriver Colorsound

Lançado em 1971 (a versão 9 volts) permanece como um dos mais poderosos pedais de booster/overdriver já lançados.
Simples em sua construção, contava apenas com controles de grave, agudo e driver. Em sua re-edição foi acrescentado um potenciômetro de volume em sua lateral, para que pudesse ser usado como um pedal normal, pois antes a idéia era: Ligue, regule e toque...e não esqueça de usar o volume do amplificador com parcimônia, pois este pedal tem um pré poderosíssimo e é como se você estivesse ligado no 12 do amplificador...podendo até danificar os alto-falantes, caso esqueça de colocar o volume do amp baixo...bem baixo.
Com a adesão deste potenciômetro de volume, este "problema" foi resolvido.

O grande lance deste pedal, além do seu som, sua clareza, peso, ganho... é usa-lo o tempo inteiro ligado e usar o volume da guitarra como o master. Ou seja: Você tem todo o controle de saturação no próprio volume da guitarra e a medida que o abaixa e limpa seu som, o volume não cai tanto como aparentemente acharíamos que isso iria acontecer.
O nível de variação que seus dois controles de agudo e grave permitem, é muito útil para situações em que vc não tem um bom amplificador e até mesmo quando ligado direto no PA. Neste caso, por experiência própria, peça ao técnico de som para reduzir os médios e agudos da mesa..as vezes zera-los mesmo e deixar que você regule o melhor timbre, usando os controles do Colorsound que são extremamentes dinâmicos. Esse pedal é capaz de transformar um amplificador vagabundo em algo com um som bem razoável...sem contar que seu alto ganho e características, fazem um amplicador transistorizado ter uma sonoridade próxima de um valvulado, realmente quente.
Ele funciona muito bem em ambos estilos de amplificadores, mas tenho pra mim que realmente surpreende em um transistorizado...justamente por não faze-lo soar como tal.

Jeff Beck, eu sabia que usava e recentemente li que Jan Akkerman e David Gilmour, entre outros guitarristas, também usaram e talvez ainda usem este pedal.

Além do alto ganho e da dinãmica que ele possibilita nas mãos de um guitarrista que tenha uma boa técnica e conhecimento, a sonoridade dele é bastante clean e aberta e tem um corte sensacional...você sente as notas rasgando, enquanto alguns outros pedais overdriver tem característica mais aveludada, ou abafada. Ele realmente brilha.

O primeiro destes pedais que tive, tinha a carcaça preta e sem o controle lateral de volume. O consegui em 1977 e levei um tempo para entende-lo em sua plenitude. Depois que saquei qual era a dele, me apaixonei e não quis mais saber de outro. Foi reformado inúmeras vezes, até que as trilhas de sua placa começaram a se soltar. A saída que arrumei foi pedir para um amigo fazer uma cópia dele e para minha sorte funcionou exatamente igual...até sua morte definitiva, no final dos anos 80.
Como a oferta de novos pedais era grande, desencanei e parti para outros, mas nenhum me satisfez totalmente, nenhum dos que testei tinha as características que ele tinha.

Algum tempo depois eu estava insatisfeito com um Rat e a pessoa que quis compra-lo era esses caras que negociam pedais, instrumentos... então conversando com ele por telefone, falei do Overdriver Colorsound que eu tanto amava e para minha surpresa ele tinha uma re-edição. Me parece que o cara não conseguia se livrar dele e como o Rat era um pedal que estava na moda na época, nem pensei duas vezes ou em levar vantagem de alguma forma e trocamos os pedais pau a pau. Saímos ambos felizes da vida.

Senti uma leve diferênça na sonoridade..o primeiro soava mais doce e essa re-edição tinha uma sonoridade mais seca e levemente puxando para o médio, além do controle de volume na lateral e também sua caixa agora era cinza... mesmo assim era bom também. Claro que não resisti em olhar ele por dentro e de cara notei algumas mudanças, como circuitos integrados...o anterior usava 3 transistores. Inquieto e como tinha o esquema e sabia as peças do anterior, pedi a um novo amigo e que manjava bem de eletrônica, para me fazer um. Novamente ficou perfeito e pude comparar realmente a diferença de timbre dos dois modelos. Não sei se porque a caixinha que arrumei para montar o pedal era muito pequena, ele deu uma creca e pifou. Como eu tinha a re-edição e este amigo não tinha muito tempo disponível, preferi não chatea-lo pedindo para consertar o pedal.

Outra coisa interessante sobre este pedal. A bateria dura, meu amigo. E você só sente que precisa troca-la quando ela já esta realmente no fim, pois o som começa a dar umas rateadas. Mas não creio ser uma economia inteligente deixar chegar a esse ponto, o caso é que também nunca soube quanto tempo elas duravam, pois por não sentir diferença no som (exceto como falei acima) você simplesmente esquece que ele usa bateria.

Me divertia também ver a cara de espanto de outros guitarristas vendo o som que eu tirava, com o peso, clareza, saturação e porrada, ligado em pequenos amplificadores transistorizados que ninguém dava um tostão. Achavam que eu tinha mexido no amp ou na guitarra, não acreditavam que vinha tudo do pedal.
Certa vez em um festival de bandas, um amigo passou e escutou o som, mas não olhou para detalhes e foi fazer sei lá o que. No final de nossa apresentação ele voltou e depois veio falar comigo. Disse que não acreditou quando viu que eu estava tocando com um pequeno BAG da Giannini. Para ele eu estava plugado em um Marshall, tamanha potência do meu som. Dei risada, é claro.

Ao contrário dos footswitchs dos wha-whas da Colorsound, o foot dele é de metal, hiper resistente e nunca quebrou ou deu qualquer tipo de problema comigo, apenas existe o inconveniente do "pop" quando o ligamos ou desligamos, ser um pouco alto demais...novamente, cuidado com seus alto-falantes.