Guitarras, Amplificadores e etc


Primeiras timbragens


Desde que me lembro, sempre tive minha atenção voltada para os timbres das guitarras. Se ouvia algum guitarrista cujo timbre não me agradasse, geralmente perdia o interesse em continuar ouvindo, exceto se o tal guitarrista tivesse algo além, apesar do timbre feio. Minha gana por isso cresceu e me fez ficar ligado nos detalhes. Aos poucos fui percebendo que muita coisa envolvia ter uma boa timbragem.

Primeiro reparei no que o guitarrista fazia, como ele tirava os sons...até então, para mim era basicamente ele e a guitarra. Em 1970, conhecia uma ou outra banda de rock e muito do pop da época e da década passada. Em 1971, motivado pelo som do Santana, comprei um bongô. Aprendi apenas uma música e larguei de mão.  Através de um amigo de infância (Ivan Azambuja) e que também estava começando a se interessar em tocar, aprendi meus dois primeiros acordes...da mesma música do Santana que eu tentava tocar no bongô. Um mi e um la..só tinha isso na música. Santana não foi uma influência para mim, apenas um acaso. Em seguida arrumei meu primeiro violão. Na casa deste mesmo amigo, através de seu irmão mais velho, Wilson, que era meio hippie e estava antenado no que acontecia e também via meu irmão mais velho, eu ia conhecendo novas bandas.

Foi na casa desse amigo que ouvi pela primeira vez Rory Gallagher, e não poderia ter sido de forma melhor. Seu disco Live In Europe havia acabado de sair, ele havia sido eleito o músico do ano pelo jornal Melody Maker e o melhor guitarrista de 1972. No começo de 1973 estava com minha primeira guitarra, que consegui trocando por minha última prancha de surf. O disco do Rory tinha sido como uma janela se abrindo para mim e me lembro degustando e absorvendo a guitarra de Messin' with the kid, prestando atenção em cada detalhe do solo do meio. Ali percebi que aquele monte de variações nas notas, eram basicamente criadas pelas mãos dele. O uso da palheta, harmônicos, abafamentos, picados, modulações no som...uma coisa foi me levando a outra e a percepção ia aumentando, na medida que ia aprendendo como reproduzir aqueles detalhes e via que tinha mais coisa ali do que eu pensava.

Reparei que Rory as vezes fazia soar notas como se elas tivessem um wha-wha natural. Rory usava também um recurso deste tipo, mas usando o potenciômetro de tonalidade da guitarra para fazer este efeito. A outra forma com que ele fazia isso, não era tão clara, mas observando e por tentativa e erro, descobri que aquelas modulações estavam totalmente ligadas a palhetada, a timbragem no amplificador, que precisava de um certo nível de saturação e que em algumas regiões do braço elas soavam mais fáceis. Como tive sorte com meu primeiro amplificador, que mesmo com pouquíssimos recursos timbrava lindamente e com o volume no talo saturava, cheguei próximo do que ouvia o Rory fazer. Claro que isso foi com o tempo. Algumas descobertas vem as vezes por acaso e acende uma luz em você..."ahhh, é assim que ele faz", "opa, que isso? Consegui tirar aquele som..." E você vai percebendo também o que precisa para conseguir esses sons.

Rory Gallagher foi fundamental para mim, inclusive por me permitir entender outros guitarristas..como foi o caso do Jimi Hendrix, que eu já conhecia mas sua guitarra genial estava além do que eu poderia entender, até então. A medida que fui aprendendo coisas, não só com ele, mas também com o monte de outros guitarristas que ia conhecendo ou redescobrindo, como o Hendrix, minha curiosidade em relação a guitarra, o que tinha dentro dela, a imensa variante de timbres que eu ouvia...só foi aumentando. Uma coisa levou a outra e comecei a fazer alguns testes, para ver se conseguia alguma alteração no timbre da minha guitarra, algum ajuste em algo que eu sentia não ser legal nela...ia fazendo por tentativa e erro. Errava mais que acertava mas tudo certo. Por sorte minha, esta guitarra tinha uns captadores estilo soap bar e soava realmente quente, daí que ela respondia bem as experiências que eu tentava.

As vezes só temos uma guitarra, que pode ser um excelente instrumento ou um instrumento não tão bom assim, mas que é o que você tem no momento. Nunca tive pena em esmiuçar uma guitarra e nem sou um purista daqueles que acha um sacrilégio alterar um instrumento, seja ele vintage, novo, velho... sempre me importou a funcionalidade dele e as alterações que fiz e faço, são sempre buscando uma determinada sonoridade, ou para tentar suprir alguma deficiência que o instrumento tenha e que me incomoda, ou me falta. Ficar trocando de guitarra nunca foi a minha, exceto se você tem comprovadamente um pau de cordas na mão, aí não vale a pena tentar transforma-la em algo decente.

Daí que as respostas que tive com meus experimentos vida a fora, me fizeram chegar a algumas conclusões. Não sou dono da verdade e é claro que certas coisas funcionam para mim, para outros pode ser que não, tudo depende da resposta que cada um tem e de suas expectativas em relação aos testes que faz.

Minha primeira guitarra, uma Giannini Gemini, foi praticamente desconstruida por mim. Meu primeiro violão, e o segundo também, foram pelo mesmo caminho. Não pense que sou um louco destruidor de guitarras e violões. Sempre que me aventurei a tentar fazer algo, foi buscando alguma mudança que na teoria funcionava e na prática.. bem, algumas vezes não funcionava. Já me arrependi algumas vezes, mas ainda prefiro acreditar na máxima "tentativa e erro" pois podemos ter belas surpresas.

Experiências

Pulando os tempos, no  final dos anos 80 estava querendo ter um peso maior nos agudos de minha Strato e imaginava que colocando um humbucking na ponte eu conseguiria isso, uma vez que via gente usando com essa finalidade. Mas não queria perder o single coil da ponte também. Não pensei duas vezes. Comprei um humbucking PAF da DiMarzio e escavei a madeira, de modo que coubessem os dois pick-ups. Luthier naquela época continuava não sendo muito fácil de se achar. Eu conhecia apenas alguns velhinhos donos de lojas e que faziam pequenos ajustes, mas não eram exatamente luthieres e também nem sabia se eles ainda estavam vivos.

Sendo assim, peguei um formão e outras ferramentas menos nobres e escavei a vítima. Ficou uma porcaria o acabamento, mas para o que eu queria fazer estava perfeito. O problema seria o pick guard, pois naquele tempo, não tinha como hoje peças de reposição a venda nas lojas. Fiz o que? Cortei o escudo.

Fiz o buraco para o humbucking, junto com o single coil original da Strato, que passou a ter um ângulo reto como os outros single coils. Precisei também botar uma chave extra para o humbucking e as variações que ele me daria. Não era um expert em parte elétrica, mas por estar acostumado a fuçar e com o esquema do DiMarzio ajudando, fiz as ligações.

Ficou uma lambança a fase do humbucking em relação a fase dos singles, mas ao mesmo tempo consegui uma gama de timbres novos e interessantes. Por algum motivo, através do potenciômetro de volume também conseguia sutis variações de timbres e descobri que quando eu o abaixava ao redor do 7 ou 8, tinha o humbucking sozinho e conforme a posição da chave, em série ou paralelo.

Ficou perfeito, exceto que em pouco tempo descobri que não era um grande fã de humbuckings e o resultado é que ele ficou ali apenas como enfeite (um enfeite feio, diga-se de passagem) pois descobri que ao vivo, as variações com os single-coils não soavam assim tão bem e o humbucking sozinho não era exatamente o meu timbre. Para gravações, as combinações humbucking x single, soaram muito interessantes pela gama de timbres, mas ao vivo, em volume alto, não. Me arrependi principalmente em ter cortado o pick-guard original da Strato, mas são ossos do ofício.

De resto, tentei algo que funcionou mas não exatamente como imaginava. Mas de que forma eu saberia, não tendo uma outra guitarra para servir de cobaia e nem tendo como hoje, internet para buscar informações?

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Timbre e partes da guitarra

   
O bom som e o seu som de guitarra, é uma combinação de coisas e que vão além da guitarra em si. Mas por hora, fiquemos na guitarra.

A madeira do corpo por exemplo.: Existem várias madeiras utilizadas. Nenhuma te dará uma mudança tão drástica de timbre, sustain.. mas é claro que alguma mudança terá. No meu caso, talvez pelo hábito de usar por tanto tempo uma Fender em Alder, para o meu timbre e gosto é a madeira que me soa melhor. O Ash é bacana também, mas me falta algo. O Mogno funciona lindamente com humbuckings, mas com single-coils, nunca achei um que me soasse satisfatório. Tenho uma Tele em mogno feita por um luthier, que virou cobaia para meus testes com captadores. Tentei todo tipo de single-coils nela.

Ativos, passivos, Hots, humbucking em formato de single...Fender, DiMarzio, Seymour Duncan, marcas ignoradas.... nenhum me agradou a resposta...já com humbuckings, ela falava muito bem. Não é a tôa que a madeira mais usada pela Gibson, onde mesmo os captadores single coils, não soam como um single Fender, é o mogno.

Existem várias outras madeiras que são usadas na fabricação de guitarras, mas gosto dessas clássicas, principalmente o Alder, que me soa balanceado aos meus ouvidos e gosto.

O braço tb diz muito em relação a timbre. Braços maple (madeira clara na escala) são brilhantes, mais agudos em relação aos de madeira escura, os rosewood, que soam mais macios, doces e menos brilhantes.


A qualidade do material usado na ponte, implica também em timbre, sustain, clareza e corte.

Um toque sobre pontes flutuantes. A Fender vem de fábrica com 5 molas. Muitos guitarristas para deixar a ponte macia e suave, retiram duas molas e as vezes três. O resultado é que ela fica realmente muito macia, mas em contrapartida, se arrebenta uma corda a afinação vai para o espaço; e se você estiver tocando ao vivo é realmente um problema. Na Fender, a forma para isso não acontecer é retirar apenas uma mola, deixando-a com 4 molas. Ela não desafinará assim e você terá a ação da alavanca mais suave. Se você usa muito a alavanca, meu conselho é colocar uma ponte estilo Floyd Rose. Me parece que ela desafina da mesma forma, caso arrebente alguma corda, mas como nunca usei uma ponte dessas, não posso afirmar que seja correto isso.Existem outras formas de se fazer uma ponte de Fender não desafinar, mas essa é batata.


O nut, não sendo de plástico, minha preferência é pelo tradicional de osso. Existem nuts de outros materiais, mas tirando o de metal, que já usei, não tenho opinião formada. Não senti uma mudança muito expressiva do osso para o metal, mas é claro que existe, conforme o material usado.


Potenciômetros ruins tb podem alterar o timbre, deixando a guitarra com um som velado...não economize nisso pois é dinheiro,  tempo e trabalho jogados fora, sem contar que potenciômetros são baratos.


O capacitor usado no potenciômetro para timbre, também faz diferença e variações que se consegue colocando capacitores de valores que não sejam os usados normalmente, a mim nunca agradaram, então quando mexo nisso, procuro os tradicionais.


As cordas que vc usa tb atuam no timbre. Atuam em termos de peso,  volume, clareza...em um som mais magro ou mais denso (gordo), mais agudo ou mais puxado para o médio ou grave....
Existem diversos calibres e é questão de gosto e necessidade do guitarrista. No meu caso as 0.10 estão perfeitas, apesar de as vezes sentir necessidade de um som mais cheio e firme, quando uso o slide. Como uso a mesma guitarra para tocar com e sem slide, a 0.10 tem uma tensão que não me arrebenta os dedos e soa a contento. Mas calibre de cordas é de cada um. Só não aconselho abaixo de 09.

Nos anos 70, cordas eram um grande problema...a falta de opções era gritante. Conseguia-se quando muito cordas Fender e Gibson. Das Fender eu não gostava do som, além de elas durarem pouco. Gostava da Gibson que tinha uma tensão para mim, perfeita e o timbre consistente. Vc encontra variações de tensão em cordas do mesmo calibre mas de fabricantes diferentes, entre outras coisas. Uma corda mais facilmente encontrada na época, era uma Italiana da marca Galli e que vinha com uma mizinha extra de brinde. Usava 08...não sei como, até descobrir a 09 e depois definitivamente, a 010. Já testei 013 a título de curiosidade, mas eu teria que mexer em toda a regulagem da ponte, incluindo o braço, que chegou a envergar um pouco com a tensão excessiva das cordas mais pesadas. 0.11 seria um meio termo mas preferi continuar com a 010.

Um toque sobre colocação de cordas: Para a corda desafinar pouco, use-a curta. A partir da tarracha que você estiver colocando a corda, deixe sobrando uns três ou quatro dedos e corte a sobra.


Captadores

Captadores fazem uma grande diferença no timbre, volume, corpo...
Existem diversos tipos e marcas e para chegar no que vc quer, só testando.
Só abandono um captador depois de comprovar que o mesmo não vale um tostão furado, mas antes disso faço bastantes testes com ele. Passei a pensar assim, depois que descobri que um determinado captador que eu tinha, soava um lixo em madeiras normais e depois me surpreender com ele em uma guitarra vagabunda que eu tive, cuja madeira acredito que fosse pinho.

Viajei na maionese e escavei a guitarra toda, fiz um tampo com um material que lembra alumínio (ou é alumínio..não sei) e é usado em cases. Minha ideia é que ela soasse meio como um dobro. Funcionou melhor ainda..ficou um misto de dobro com violão e o tal captador vagabundo traduziu isso de uma forma que nenhum outro que testei depois, captadores bons e de marca, conseguiram reproduzir com um som tão legal quanto ele. Este captador, pasmem...era um single que eu tinha da Sound Malagoli e que era vendido avulso nos anos 70.

Infelizmente o perdi em um acidente com cola Araldite..e esta guitarra terminou indo para o lixo. Portanto...nunca subestime um captador. Dependendo da madeira do corpo da guitarra, sua construção, se é sólida, semi acustica, sua ponte... captadores aparentemente ruins, em algumas guitarras podem soar lindamente. Já alguns, são ruins mesmo e aí não tem santo que dê jeito.

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A guitarra e o amplificador


Nem todo valvulado é o máximo. Válvulas sozinhas não fazem milagres.

É impossível dissociar a guitarra de um amplificador, pois é ele quem da voz a ela...ou seja, é ele quem fará a guitarra ser ouvida...e aí também reside o problema. Achar o amp que te agrada. Existem N marcas e modelos no mercado e hoje talvez não seja um trabalho tão ingrato assim, mas em outros tempos não era tão fácil.

No começo dos anos 70 tinham as marcas nacionais valvuladas e que se vc tivesse sorte, conseguia ter um bom amplificador. A Giannini fazia cópias muito bem acabadas de amps Fender e existia até uma certa fartura de modelos, de todos os tamanhos. Desde pequeninos como o Minin Mighty, Valiant...a cabeçotes a la Marshall, como o Thor, que era usado pelo Pepeu Gomes na época dos Novos Baianos.

Meu primeiro amp era valvulado... um pequenino da marca Ipame e que soava lindamente com o volume no talo. Depois dele, tive outro da mesma marca, um pouco maior mas que não soava tão bem como o primeiro, apesar de ter mais recursos. Na época de meu primeiro conjunto, tive um True Reverber da Giannini, que era um modelo parecido ou copiado do Fender Twin Reverber. O baixista da banda tinha um cabeçote Phelpa, também valvulado, com uma caixa de 4 falantes de 12 polegadas. Curiosamente eu não gostava do som da minha guitarra no True Reverber e nem ele do som do baixo no Phelpa. Um belo dia descobrimos que o inverso era o máximo. Minha guitarra no Phelpa soava linda e o baixo no True Reverber, da mesma forma. Daí que nos ensaios fazíamos a troca e era só alegria.

Outra marca menos conhecida dos anos 60 e 70, se chamava Alex. Certa vez fui na casa de um cara, não lembro qual o motivo, e ele tinha um combo Alex que lembrava o Fender Bassman com acabamento tweed e parecia ser realmente uma cópia deste amp. O fato é que toquei nele e alucinei. Tinha um timbre maravilhoso, saturava... na mesma hora perguntei para o cara...quer vender? Ele riu e disse...nunca. Nem insisti, mas tinha uma joia ali que ficou passeando nos meus sonhos. Cheguei a procurar outros amps desta marca, mas os que achei não eram grandes coisas.

Amps tem características...valvulados e transistorizados e nem todo amp do mesmo modelo soa exatamente igual. Tem amps que tem o som mais agudo, outros puxam para o médio... são frequências acentuadas no seu som e normalmente características de cada modelo...então pra você timbrar sua guitarra neles, você tem que saber que vai ter que brigar com isso. Normalmente você perde, pois por ser característica do timbre do amp, independente de você zerar o botão de agudos, médios (e tem amps que os controles não zeram)... você não consegue se livrar dessas frequências embutidas. Se um determinado amplificador não te der um timbre próximo do que você quer, se esse amp tem frequências que você não consegue tirar ou atenuar de forma satisfatória e elas transformam o teu timbre em outro, ou você precise recorrer a equalizadores e sei lá mais o que.. bem..desista dele ou se acostume com isso.

A chance de poder testar amps é fundamental. Teste um por um com apuro, pois o volume, o lugar aonde você esta, o que você vai usar no teste...engana muito. Ele com o volume alto pode soar bom ou ruim. Claro que você não vai ter como testar muito alto na loja, então faça o seguinte...eu faria isso. Leva a tua guitarra, o pedal que vc usa pra booster, distorção...enfim..pra solar. Liga o amp, volume baixo pensando como se ele estivesse soando alto, regule tudo do seu jeito e aí você vê se teu som fica bom no amp ou não... se ele chega aonde você quer ou próximo disso.

No meio dos anos 70, a invasão dos transistorizados estava indo de vento em popa. A Giannini não fazia mais amplificadores valvulados, pois a demanda era muito pequena. O rock, guitarras e afins, não tinham o apelo que passaram a ter a partir dos anos 80, então creio que as indústrias não se preocupavam em investir, até porque o sonho de quem tocava não era ter um Giannini.

Na onda dos amplificadores transistorizados, eles lançaram o modelo BAG. Um pequeno combo com um falante de 12. Tive dois. O primeiro era super simples, com 1 botão apenas para tonalidade, um reverber fajuto.. mas a verdade é que por incrível que pareça, o bichinho tinha um timbre bonito, decente e real. Tenho uma gravação de ensaio feita apenas com ele, minha Strato e um phase shifter Small Stone, que não me deixam mentir. Tenho outras gravações onde o uso junto a um Overdriver Colorsound e a boa impressão é a mesma. O segundo desta linha BAG tinha mais recursos e potência, mas o timbre não chegava nos pés do primeiro.
Outros modelos foram lançados, outras marcas, mas não me lembro usando nenhum específico e nem de ninguém falando bem de algum.
Hoje temos opções de transistorizados, valvulados, hibridos (amps transistorizados que usam uma válvula na seção de pré amplificação) ...abundância de marcas, das mais conhecidas as menos...


Valvulado x transistorizado

Sempre existiu a discussão valvulado x transistorizado. Na realidade uma grande besteira. São duas classes de amplificadores e seu uso deve ser pautado em praticidade, custo benefício e mesmo, recursos financeiros de quem vai comprar. Se você tem grana, não falo nada, mas se você é um duro... bem, aí tem o caso de todo guitarrista querer ter o seu amp valvulado e é um argumento imbatível; mas no dia a dia, para ralações mundanas, vale muito mais a pena você ter um transistorizado.

Auditivamente falando, um bom valvulado é melhor que um bom transistorizado? É, não ha o que discutir e os motivos são mais que sabidos. Mas um transistorizado de boa qualidade não deixará ninguém infeliz, terá um preço mais acessível, menos cuidados que um valvulado precisa e nem vai te deixar a sensação de que: Putz, gastei uma grana preta em um senhor amp valvulado, tenho que trata-lo a pão de ló, coloco ele pra ralar a noite toda por 3, 4, 5 horas e no final da noite ganho 50 pratas..o que não paga sequer uma válvula do pré e ainda tenho que tocar um monte de música ruim pra ganhar esses 50 reais.
É a realidade da maioria.

Minha opinião é que se você puder, tenha o seu amp valvulado tão sonhado, mas tenha também algum transistorizado pra botar nas roubadas e nos sons que não valem a pena. Use o valvulado em gigs bacanas e em gravações. Gaste também uma grana a mais mandando fazer um hard case para o seu valvulado...proteja-o.

Meu último amp valvulado foi um Crate Vintage Club 30. O comprei novo em 1995 e o vendi em 2012. Quando se abria o case, passados 17 anos, ainda se sentia o mesmo cheirinho de novo dele...acredite. Esse amp ralou muito comigo e quando o vendi, seu estado foi elogiado pelo técnico que a pessoa que o comprou, levou para ver antes de fazermos o negócio. O melhor investimento para um amp valvulado é um case para ele. Mesmo se ele ficar só dentro de casa...e um No Break para o caso de faltar luz rss

Hoje temos transistorizados para todos os gostos e bolsos. Gosto da praticidade desses amps, assim como alguns tem o som bem decente. Particularmente gosto dos transistorizados Fender, seu som clean é imbatível, assim como também gosto do reverber deles.
Mas temos muitas opções de marcas e isso é ótimo. A Yamaha fazia e deve fazer ainda, transistorizados fantásticos, assim como também tem excelentes guitarras e baixos...além de baterias, teclados... Nunca peguei algo da Yamaha que fosse ruim.

Outro fator a se analisar na compra de um amplificador é sua potência. Para quê você comprar um amp de 100 watts, se não vai usar nem a metade dessa potência? Sem contar que um amp de 100 watts, normalmente usa uma caixa externa..um trambolhão.. e mesmo se for um combo, teoricamente não será tão pequeno e nem tão leve assim. Parta do princípio de que se você não toca em uma banda famosa, em palcos grandes, para grandes plateias... você precisara de menos. Exceção se você é um guitarrista de Heavy...acredito que a maioria deva sonhar com pelo menos um cabeçote Marshall e uma caixa com 4 falantes de 12...o que também não quer dizer que você não possa fazer o seu Metal com um pequeno combo. Sabendo usar você se vira. Em um valvulado, não pense por exemplo que 30 watts é pouco volume. Essa potência em um amp valvulado é real e você pode se surpreender com a resposta que terá.

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Fender x Gibson

 Fender x Gibson

Já li e ouvi inúmeras besteiras sobre essas duas marcas de guitarras, tão definitivas para o instrumento.
Instrumentos completamente diferentes e que se completam.

Existe a melhor? Não. Toda e qualquer opinião sobre isso é motivada pelo gosto pessoal de cada um. O papo de que uma é mais para blues, outra para rock, heavy...ou o som que seja, são mais convenções e lenda. Sim, um humbucking soará "melhor" para um som pesado..mas nada impede de criarmos outro timbre pesado, usando um single coil, ou sei lá o que... só depende da criatividade do músico.

É sempre assim...até a hora que aparece alguém contrariando essas máximas, com algo totalmente diferente do "estilo", com um senhor timbre e fazendo um belo som, e logo os seguidores e admiradores aparecem elogiando e falando que o cara e o que ele usa é o máximo.  

Voltando a essas duas marcas, basicamente o que eu não gosto na Gibson é o corpo não anatômico e os ângulos retos em suas bordas, que são desconfortáveis. Mas o maior problema que tenho com elas é em relação ao meu timbre.
Definitivamente humbuckings não são a minha praia e como já testei inúmeros single-coils em mogno e nenhum deles me agradou, incluindo single P90 da Gibson, esta madeira também não me interessa. Para não ser totalmente injusto, já consegui um timbre que me agradou, na Telecaster em mogno que tive em que usei um humbucking Seymour Duncan (era um modelo para jazz) junto com um Gibson 57, dos anos 70.

A combinação dos dois, me dava um timbre perfeito para o que eu estava fazendo na época.
Tocava em uma banda de country rock e usava basicamente slide. A combinação desses dois humbuckings me dava um timbre que lembrava um Pedal Steel, e claro, eu tentava reforçar isso com os controles de tonalidade. Para meu azar, o Seymour Duncan morreu. Ele simplesmente parou de funcionar e técnico nenhum descobriu o motivo.

Tocávamos muito em um bar chamado General Lee, que ficava em Cabo Frio na região dos lagos, no Rio de Janeiro e lá fazia um calor infernal. Em uma noite eu praticamente derreti em cima da guitarra e ela literalmente tomou banho de suor. Nesta mesma noite, este humbucking ficou estranho e eu tive que usar outra guitarra. Na noite seguinte ele funcionou normalmente e não pensei mais no assunto. Dias depois, em casa, fui ligar a guitarra e som nenhum saiu dele...estava morto.

Levei em pessoas que mexiam com captadores e nenhuma delas conseguiu desvendar o mistério. A explicação que tenho, é que ou arrebentou algum fio da bobina em seu interior, ou o suor que entrou nele oxidou algo lá por dentro ...era daqueles humbuckings onde as bobinas ficam expostas. Como o Gibson tinha a capa de metal, com ele não rolou nada. Tentei dois outros humbuckings mas não consegui mais o timbre que me agradava e como parei de tocar country, não vi mais necessidade de procurar ou comprar outro Seymour Duncan do modelo que se foi..enfim..de investir nisso. Troquei o Gibson 57 por um Gibson P90 com um amigo e a Tele virou instrumento de testes, como mencionei anteriormente.

Fora esses meus poréns, a Gibson é um instrumento maravilhoso, que tem um braço fácil e delicioso de se tocar, um acabamento fora de série, e é claro que eu gostaria de ter vários modelos, nem que fosse apenas para ficar admirando-as. Para não dizer que sou completamente arredio as Gibsons por causa dos humbuckings, existem as Firebird que tem uma sonoridade digamos, mais Fender, o que acredito seja cortesia dos mini humbuckings que elas usam..além de eu gostar muito do visual delas.

E as Fender? Eu gosto de tudo na Fender Stratocaster.  A Strato para o meu som, meu conforto e sem contar que continuo a achando a guitarra mais bonita e perfeita (pelo todo) já inventada. Não preciso de outra..a não ser outras Stratocasters.

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 Achando a guitarra certa


Nunca entendi direito esses caras que vivem trocando de guitarra.
No meu entender, quando você vai comprar uma, já esta definido em sua cabeça o que você espera do instrumento. Você além de gostar do modelo, sabe mais ou menos como é o timbre dela e já deve ter tocado em alguma e gostado de uma forma geral. Ok que só conhecemos realmente um instrumento, um amplificador... depois de um tempo de uso, mas se você antes de comprar um determinado modelo o testou antes, deve ter atentado para os detalhes mais óbvios.

Se o braço é confortável, se a espessura do mesmo é o que te agrada. O som dela é o que você procura realmente? Esta tudo certo com o instrumento?

Comprar só pelo nome, por indicação de alguém.... o que é bom para um, pode não ser bom para outro.
Vá nas lojas e teste a guitarra que você quer. Teste quantas achar pela frente e que sejam do mesmo modelo que você quer. Viu que é isso mesmo, tocou em uma que realmente gostou...é essa, compra.

Mesmo assim, saiba que com o uso pode ser que você chegue a conclusão que a guitarra toda é o máximo, mas não curte o timbre de um dos captadores, ou a ponte não te agrada, ou as tarrachas não são muito boas... eu trocaria a peça que me incomoda.

Se a conclusão é que o braço não é tão bom quanto você achou que era..é complicado. Se você já tiver outro braço, tudo certo..comprar ou mandar fazer um novo...aí, não sei, vai de cada um.

Quando você tem ou acha uma boa guitarra, uma guitarra que casa contigo, gostosa de tocar...você gosta de tudo nela, ou praticamente tudo. Se puder, não se desfaça dela.

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Pedais nacionais antigos


Nesse exercício de memória que ando fazendo, lembrei dos primeiros pedais nacionais que tive. Só porcaria.

Tive dois fuzzes da Sound...eram cópia de um pedal da Electro Harmonix. Uma caixinha de metal prateada e que vinha com um plug macho já incluído. Você plugava ele direto na guitarra ou no amp e dele tinha uma entrada para ligar um cabo e mandar para um ou outro...não lembro mais quem plugava em quem, é claro.
Tentei achar fotos na net e não encontrei..mas do original da Electro harmonix, sim. O da Sound era bem parecido. Nesta foto uma propagando do dito cujo.


Em guitarras com o jack de entrada como da Fender, não dava pra plugar direto nela...então tinha que ser da forma normal...o que também era uma droga. Você tinha que fazer um plug femea e os plugs femea da época eram outro lixo.
Plugando esse cabo, para ele ser usado como um pedal comum, complicava. Diferente do Electro Harmonix, o plug da Sound ficava na sola do pedal.
Era super frágil e ruim..muito ruim.

A Sound tinha também um que era:  Wha-wha, distorção e...sirene! Sim, uma sirene! Pra que eu nunca soube.
O wha-wha era ruim e o fuzz.. praticamente nunca usei...preferia usar a distorção que o amplificador...sendo valvulado...oferecia com o volume todo aberto. Isso quando saturavam, pois existiam valvulados que não saturavam. O True Reverber que tive era um deles. Botava no 10 e no máximo sujava um pouco o som.

Mas a Sound não tinha só coisas ruins naquela época. Já mencionei sobre um captador que tive e era uma belezinha em uma guitarra específica...e também soava bem em violões de cordas de aço.
Pedais importados eram bem difíceis de se ver por aqui e lembro que um amigo tinha um Big Muff da mesma Electro Harmonix, que eu achava bem enjoado com seu som agudinho, magro e zumbidor.

A Giannini andou lançando alguma coisa. Oitavador, Envelope Follower... se prestavam não sei, mas acredito que não muito.
Tempos difíceis.

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Teste de Single coils pt 1. De 1 a 12   from Guitar Magazine


https://www.youtube.com/watch?v=TTJkAmaiTNc

Teste de single-coils - parte 1 - de 1 a 12

Alguns anos atrás alguém postou em uma comunidade do Orkut, testes de single coils que foram publicados, me parece, na Guitar Magazine. Para quem esta a fim de trocar seus single-coils, eis uma boa ajuda.

Nesta primeira parte, esta o audio de alguns modelos Fender e DiMarzio.
Posteriormente postarei as partes 2, 3 e 4.

Neste primeiro vídeo-audio, estão os pick-ups (captadores) listados abaixo.

01- Fender Custom 54
02- Fender Custom 69
03- Fender Fat 50's
04- Fender Texas Special
05- Fender Hot Noiseless
06- Fender Vintage Noiseless
07- DiMarzio Fast Track 2 DP182
08- DiMarzio HS-3 DP117
09- DiMarzio Virtual 2 Neck DP407 - Mid DP408 - Bridge DP409
10- DiMarzio Soapbar DP167s
11- DiMarzio Virtual Vintage Heavy Blues DP403
12- DiMarzio Virtual Vintage Solo DP404

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Três wha-whas


3 Wha-whas

Vox, Colorsound e Cry Baby

Uma pequena e rápida opinião sobre wha-whas que já tive.
2 Colorsounds e 2 Cry Baby. Vox só tive um, e dos 3 é o meu preferido.

O Vox é o que tem o som mais cru e real, gordo e consistente.
O que eu tive tinha um recurso de você poder regular o potenciômetro na região de frequência que mais te agradasse...não sei se todos são assim.  Preferi não mexer nisso, apesar de ficar tentado.

O Colorsound é o campeão no quesito timbre. Não acredito que tenha outro wha-wha com o som tão bonito quanto ele. Tive 2 amarelos e ambos soavam assim...doces e cristalinos...só não eram gordos como o Vox, e isso pra mim faz bastante diferença no resultado final.
Ele vinha com um fuzz e também funcionava como pedal de volume. O Fuzz quebrava um galho se você não tivesse algo melhor e o volume era bom...normal.

Cry Baby. Acho-os agudos demais, magros demais...Tive dois e não gostei, o que de forma alguma queira dizer que o ache ruim. Suas características de timbre é que não me agradam.

Outras marcas não sei, mas o Vox e o Cry Baby são os mais usados e tradicionais...não tem muito o que inventar.

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Teste de single-coils   parte 2   de 13 a 22   from Guitar Magazine


https://www.youtube.com/watch?v=SzgFnS7_2hQ

Teste de single-coils - parte 2 - de 13 a 22

Continuação da primeira parte.

Para quem esta a fim de trocar seus single-coils, ou quer conhecer a sonoridade e as diferenças entre eles, eis uma boa ajuda. Em breve as partes 3 e 4.

Consegui esses audios tempos atrás em uma comunidade do Orkut.

Os pick-ups deste segundo vídeo, estão listados abaixo.

13- Seymour Duncan ALNICO II PRO STAGGERED APS-1
14- Seymour Duncan CLASSIC STACK STK-S1n - STK-S1b
15- Seymour Duncan LIPSTICK TUBE PICKUP SLS-1
16- Seymour Duncan QUARTER POUND FLAT SSL-4
17- Seymour Duncan TWANG BANGER APST-1
18- Seymour Duncan VINTAGE STAGGERED SSL-1
19- Bartolini ZBSC-60N - 60S
20- Bill Lawrence L-250
21- Crews Maniac Sound INTER ROCKIN'
22- Dragonfly DFS-1

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Vintage

Nos anos 70 e um pouco dos anos 80, falar em guitarras vintage dava até briga.

Existia uma conversa de que apenas esses instrumentos prestavam...mas não qualquer vintage. As Fender, em particular, eram as que criavam mais polêmica, principalmente as pré CBS e as CBS.

Não ha dúvida que determinados instrumentos mais antigos soavam melhor por N motivos e acredito que sejam melhores mesmo, mas o fato é que grandes guitarristas as usavam e não reclamavam.

Jimi Hendrix por exemplo...usava pre CBS e também as puramente CBS.
Alguém em sã consciência pode dizer que suas Stratocasters eram ruins? Que o som delas e tudo o mais não prestavam?

Ry Cooder, Bonnie Raitt, Jeff Beck entre outros, tinham e tem Stratos do final dos anos 60.

Entramos nos anos 70 e a polêmica persistia.

Realmente, eu mesmo cheguei a tocar em umas duas desses anos e que vieram com defeito de fabricação...uma delas do ano de 76, chegava a ser tosco. O primeiro trasto estava tão desnivelado, que o mi bordão fazia um calo...mas nada que um luthier bonzinho ou o próprio dono não resolvesse.
Tirando isso, todas eram ruins ou vinham com defeito? Claro que não.

Ritchie Blackmore, Robin Trower, Lowell George, David Gilmour e muitos outros, usavam Stratos dos anos 70...eram ruins, soavam ruins?

Tenho amigos que tem Stratos dos anos 70, são instrumentos excelentes e eles não se desfazem delas por nada.
Aliás, hoje instrumentos desses anos e até dos anos 80, também já são considerados vintage. É uma bagunça!

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Teste de Single-coils - parte 3 - de 23 a 33   from Guitar magazine

https://www.youtube.com/watch?v=7mueJE-ax9Y

Teste de single coils parte 3 - de 23 a 33

Continuando, agora a parte 3, com os audios dos seguintes modelos:

23- EMG SA
24- ESP Junction - SS
25- Fernandes VS 1
26- Gibson P-90
27- Joe Barden S-Deluxe
28- Kinman AVN Traditional AVN 56 - AVN 62
29- Lace Almi Tone
30- Lace Chrome Domes
31- Lace Hot Gold Sensor
32- Lace Holy Grail
33- Lace Transensor Single

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Overdriver, distorção, fuzz.....


Overdrivers, distorções, fuzzes.... é o tipo de pedal que sempre estamos procurando aquele especial.
As opções são incontáveis, mas achar o que te agrada nem sempre é fácil.

Não tive tantos quanto gostaria de testar, mas ao menos sei dos que mesmo sem testar fico com um certo pé atrás.

Pedais que tem apenas 1 controle de tonalidade...esses sempre me decepcionaram...nunca fiquei satisfeito com o timbre final. Prefiro até que não tenha controle nenhum de tonalidade.

Não existe meio termo e você relaxa com o que consegue ou se desfaz do bicho.

Dos que tive, alguns poucos me agradaram.

Tive um Ibanez chamado Mostortion, que soava bem interessante com humbuckings. Apesar de eu não curtir esses captadores, usava em uma Tele de luthier que tive e com ela esse pedal falava muito bem.
O Mostortion não tinha muito ganho, mas tinha controles de grave, médio e agudo individuais e isso fazia muita diferença pra mim que cismo com timbre. Quando fiquei sem essa guitarra (que virou de cobaia para testes) me desfiz do pedal...com single coils não o achava grandes coisas.


DOD FX 55. Uma distorção leve, simples e clean...ganho e volume só.
Era um pedal engraçado...as vezes eu conseguia um som bom e outras vezes não. Reparei que tinha a ver com o nível de volume que eu  usasse. Com o amp alto ele falava bem, com pouco volume era difícil. No geral tinha pouco peso e saturação. O maior atrativo que eu via nele era a clareza e o brilho...mas é pouco pra ficar com um pedal. Agora pensando aqui, ele com humbuckings devia soar bacana...já era!


Rat...tem quem ame...quase perdi os cabelos tentando timbrar.
Tinha um knob de filtro que funcionava como tonalidade sem muita opção, como é de praxe nesses controles únicos. Se botava mais agudo, perdia os graves e vice-versa...sem contar que a sonoridade dele me lembrava timbres mais heavy, o que não era a minha praia. Foi-se!


Tube Screamer. Funcionou pra mim como um complemento. Se você usa pouca saturação, é muito bom.

No meu caso, gosto que o pedal tenha um nível de saturação extremo, mas que eu tenha o controle disso na minha mão...sendo mais claro, no controle de volume da guitarra e na dinâmica que eu queira dar com minha mão direita. Pedais cujo ganho você não tem como controlar no volume da guitarra...ou seja, a medida que você o abaixa, o nível de distorção não diminui, não me interessam..me desfaço rápido e sem pena.

Tive alguns da Boss..com os tais controles únicos de tonalidade...não deixaram saudade.
Não estou falando de qualidade, estou falando de características.

O Overdriver deles eu gostava...assim como também gostava do primeiro compressor..ambos tinham apenas 2 controles e nenhum de tonalidade. Depois lançaram com mais recursos...incluindo o tal de timbre e não gostei de nenhum dos dois.


A inglesa Colorsound tinha coisas boas. Um deles era o Overdriver. No talo sôa como um fuzz e tem um pré poderosíssimo. Em amps valvulados não gosto muito, mas em transistorizados fica o bicho...faz parecer que estamos em um valvulado e tem um corte sensacional..não sei exatamente como definir este corte que falo, mas é como defino sua sonoridade.
Foi meu primeiro pedal de driver decente.. tenho um até hoje e adoro.
O primeiro que tive, consegui na época do grupo Hidrante...1978.

De tanto trocar peças quando ele quebrava, vendo que a qualquer hora iria parar de funcionar, pois até as trilhas da placa do circuito impresso já estavam se soltando, mandei fazer uma cópia e ficou praticamente igual. Depois de anos de uso, trocas de transistores e etc...tanto um quanto o outro pifou de vez.

Tempos depois consegui uma re edição dele... vinha com um potenciômetro de volume em sua lateral. Os primeiros não tinham esse volume...só driver, grave e agudo.

Senti diferença no timbre...(não por causa do pot de volume) os anteriores que tive soavam mais harmônicos e doces...esse novo mais seco e médio.

Tenho um amigo que me quebra galhos e manja de construção de pedais. Pedi pra ele me fazer outra cópia do primeiro Colorsound. Eu tinha o esquema, as peças e também os defuntos...o meu primeiro e a cópia que fiz dele.
Esse amigo fez o pedal e pude comparar os timbres. Acredite, a cópia ficou melhor que o novo, pois usava as mesmas peças do primeiro...e o primeiro como disse, soava mais bonito.

Detesto ficar pisando em pedal...um dos motivos de eu gostar tanto do Overdriver Colorsound, é que toco o tempo todo com ele ligado..controlo a distorção no volume da guitarra.. mas já ha um bom tempo, tenho usado a distorção dos próprios amps em que toco..usando o volume da guitarra da mesma forma que com o pedal..... e claro que levo o Colorsound também. Quando o amp é meu ou o conheço, fica de stand by as vezes, mas quando não conheço o amp...vai que a distorção dele é uma boa porcaria...

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 Teste de Single-coils   parte 4 de 34 a 44  from Guitar Magazine

4ª e última parte com os testes de captadores single-coil, que foram publicados em uma Guitar Magazine e postado por alguém, anos atrás no Orkut.

https://www.youtube.com/watch?v=CrZwoW_IzMs

34- Lindy Fralin Real 54
35- Lindy Fralin Woodstock 69
36- Rio Grande Pickups - Bastard(n) - Fat Bastard(b)
37- Rio Grande Pickups - Muy Grande
38- Rio Grande Pickups - Vintage Tallboy
39- Schecter Monster Tone ST - Non Tap
40- Tom Anderson SD1(n)- SD2(b)
41- Van Zandt True Vintage
42- Van Zandt Vintage Plus
43- Voo Doo ST60's Black
44- Voo Doo ST70's

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Começando a tocar - 1


Quando uma pessoa esta começando a tocar um instrumento, entre as dúvidas normais, algumas outras mais ligadas a ansiedade, em querer aprender logo, tocar as músicas que gosta, tocar igual (sic) seu(s) ídolo...enfim...atormentam o iniciante e sua cabeça fica cheia de perguntas e desejos. Comigo não foi muito diferente.

Na época em que comecei a tocar, 1972, tudo era difícil. Professor de guitarra conheci apenas um. Não cheguei a ter aulas com ele pois era  muito requisitado e me parece que trabalhava em estúdio. Se chamava Marquinhos, tinha uma Gibson SG e morava na Rua Raul Pompeia, quase esquina com Julho de Castilho no posto 6, em Copacabana. Anos depois tive algumas aulas de teoria com Armenio Graça...o suficiente para aprender a ler e escrever partituras.

Não sei se por ser auto didata, nunca gostei de ensinar.
Me falta paciência, didática e principalmente dom para isso.
Posso estar errado mas no meu entender, para ser um bom professor você tem que ter também o dom de ensinar e dou muito valor a quem o tem, pois eu não tenho e gostaria de ter.

Aos poucos alunos que tentei ensinar algo, alguns vinham com umas perguntas que eu não me fiz quando comecei a aprender.

"quanto tempo eu demorei para fazer o primeiro solo"

Simplesmente não sei. lembro que nunca me preocupava em tirar solos inteiros.
Minha atenção estava voltada para pequenas coisas como riffs, efeitos, técnicas, pequenos detalhes e coisas que enriqueciam os solos.
Os solos em si, admirava por sua inventividade ou não e nos meus treinamentos minha preocupação era apenas solar aleatoriamente, independente de minhas limitações e pouco conhecimento, mas sempre tentando criar alguma melodia.

Lembro também que tinha minha atenção voltada para solos longos e que fossem realmente criativos. Solos baseados em riffs e repetição de células, eu sequer interpretava como solos, pois percebia que eram todos montados.

Aprendi uma ou outra escala e meus estudos de solos eram na base do improviso, usando essas escalas.
Desde o começo foi assim e claro, também ou principalmente, ouvindo os discos e pegando os detalhes que comentei, aprendendo a como fazer determinada coisa e incorporando isso.

Como não sabia muita coisa de harmonia, colocava dois ou três acordes na cabeça e ficava solando em cima desse acompanhamento imaginário. Não devia sair tão ruim, pois ninguém reclamava. Exceto minha mãe que uma vez me perguntou: Você não toca nada conhecido? rs

Meu vocabulário evidentemente era limitado e isso funcionou de forma produtiva, pois ficava o tempo todo tentando criar coisas novas e isso me fazia arriscar e tentar caminhos que não conhecia ainda. Isso fez com que eu ficasse bem safo nos improvisos e exigente também.

Até hoje me broxa quando percebo que meus improvisos estão deixando de ser improvisos e se tornando caminhos pelos quais já passei. Essa insatisfação me fez também, inconscientemente, me ligar em melodias, pois se eu repetisse melodias no improviso, ficaria evidente demais que haviam deixado de ser improviso para serem frases prontas. E isso terminou se tornando um diferencial na minha forma de tocar. Sempre que improviso, tento criar alguma história nova...se vai ser boa ou ruim, são outros quinhentos.

Gosto por exemplo dos improvisos do Allman Brothers e em especial, gostava dos criados por Dicky Betts, que sempre me levava em seus climas até chegarem ao ápice. Não fiquei bom nisso, em criar esses climas crescentes e emocionantes, mas sei apreciar os que sabem fazer isso bem.

Para aprender a solar fiz dessa forma e o conselho que posso dar,  além de ouvir o máximo de guitarristas que você puder, separando os que valem a pena dos que nada te acrescentarão, é...destrinche o braço da guitarra. Aprenda aonde fazer o mesmo solo no máximo de lugares possíveis. Misture as escalas e não se atenha a nenhuma, apesar do que, as pentatonicas sempre estarão no seu caminho e funcionam.
 
Fique muito atento a digitação, estude-a, observe os caminhos, desdobre-a, enrole-a e faça gato e sapato dela...você pode ir para qualquer lugar e de forma fácil através da digitação.
E se descobrir ou criar um caminho de digitação que te de uma liberdade absurda, treine-a até incorpora-la a sua forma de tocar e use-a, pois do contrário, acredite.. você vai esquecer como fazer e depois vai ficar se lamentando feito eu.

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Começando a tocar - 2

Todo mundo que quer tocar guitarra, tem sempre uma primeira preocupação. Aprender a solar.

Acho que comigo também não foi diferente e um dos caminhos inevitáveis para aprender, é ouvindo discos que tenham grandes guitarristas.
 
Não lembro exatamente de todos, mas pelo menos 3 discos foram decisivos para mim. Curiosamente os 3 foram gravados ao vivo.

O primeiro, que já citei aqui em algum post, foi o do Rory Gallagher.
Considero até hoje minha aula mais importante, seu solo em "Messin with the kid" do disco "Live In Europe", que ouvi fresquinho na época de seu lançamento.

O segundo, o considero também uma aula de timbres, sutilezas, belezas e bom gosto. O ouvi também na época de seu lançamento, fresquinho, cheirando a novo. Wishbone Ash "Live Dates"..o primeiro Live Dates da série.

O terceiro, já tinha sido lançado mas me chapou e me clareou os ouvidos da mesma forma. Allman Brothers "Live At Fillmore East" em particular na música "In memory Of Elizabeth Reed"...mas não só por ela.

Esses discos foram responsáveis por boa parte do que aprendi sobre como tirar sons, timbragem, como um solo de improviso pode ser interessante...
Tem outros, de outras bandas, mas esses me marcaram muito e acredito que com todo mundo seja assim. Um determinado disco, ou músico, acende uma luz na tua cabeça e você entende algo...é o estopim...aí não tem mais volta.

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Amadas guitarras


Nesses tempos loucos que vivemos, lembrei de como comprei minha Fender..a primeira e única que tenho. E que se encontra hoje enfiada em um armário.  Aqui o motivo. http://portalfernandomedeiros.blogspot.com.br/2014/02/luthiers.html

Como nada acontecia musicalmente, por uma certa pressão da família, consegui emprego no banco Bradesco.
7 meses depois, no final de 1977 pedi demissão. Tinha entrado para o grupo semi-profissional, Hydrante. Uma banda de rock com material próprio e o meu argumento para sair fora do banco. Seria um mínimo de resposta pra minha família...o banco bem ou mal tava me dando algum dinheiro...mas enfim. Pedi demissão.

Com o que recebi, uma mixaria, juntei ao que consegui vendendo minha aparelhagem de som. Queria comprar uma guitarra importada e além de que, precisava de uma guitarra nova pois a minha Giannini Gemini estava no fim...até de cobaia a fizeram...mas deixa quieto que isso aqui não é lugar de contar os podres. 
A foto acima é de 1974 e não de 75, como esta ali. Estou com a Gemini, que antes era preta mas descasquei e ficou na madeira. O escudo era tartaruga e também descasquei uma das lâminas,o que o deixou meio branco.

Continuando.....vi no jornal um cara anunciando uma Gibson SG Standard 1973, por um preço sensacional..8 mil..eu tava com a grana. Corri lá. Era um americano que tinha acabado de chegar, nem cara de guitarrista tinha e tava querendo vender a guitarra. Linda, novinha..levei na hora. Ainda veio com um slide e uma correia meio chamativa, estilosa...meio feminina, cheia de brilhos...o cara devia gostar de Glitter rock.

Não me saía da cabeça que eu queria uma Fender Stratocaster, então ficava sempre de olho nos classificados do Jornal do Brasil...que era o jornal que líamos em casa. No início de 79 apareceu um anúncio.

"Vendo Fender Stratocaster 1969 por 12 mil"

Tremi.. uma Stratocaster e ainda por cima vintage! Falei com meu pai que a compraria e venderia a Gibson...eu tinha certeza não seria difícil vender. E ele me emprestou o dinheiro.

Liguei pro cara e marquei de ir ver a guitarra. Estava um pouco grilado, porque eu sou meio pé atrás, que poderia não conseguir vender a Gibson e queria pagar o meu pai de qualquer jeito....então pensei..."vou levar a SG e ofereço em troca pro cara...se ele topar, eu só devolvo a grana e acabou o problema".
E fiz isso. Peguei a Gibson, botei os 12 mil no bolso e fui de ônibus para o Alto da Boa Vista...eu estava em Copacabana...seria uma boa caminhada!

Ele morava em um casarão daqueles que tem lá..mansões...tinha grana. Chegando, vi a Strato e me apaixonei na mesma hora. Ofereci a SG em troca e o cara me esnobou...me mostrou uma Les Paul Custon, por incrível que pareça meio feinha e que na realidade não me disse nada, porque eu não tinha interesse nenhum em Gibsons..tava é louco pra sair dali logo com a minha Strato e tocar nela em casa.
Bem, eu tinha a grana e a SG, dava pra esnobar um pouco também. Comprei minha sonhada Fender Stratocaster.

Imagine isso hoje. Alguém indo de ônibus de Copacabana até o Alto da Boa Vista, longe pra dedel, com uma Gibson e 12 mil no bolso...e depois voltando do mesmo jeito, com uma Gibson e uma Fender debaixo do braço...e sem medo praticamente nenhum. Realmente eram outros tempos.

Anunciei a Gibson por 17 mil, vendi por 15, paguei meu pai e ainda me sobrou um dinheirinho bom.
Da compra da Gibson, até o final com sua venda, foi o melhor negócio que fiz na vida...sou craque em perder dinheiro em minhas transações. Não foi a melhor escolha como profissão, mas continua sendo minha paixão e válvula de escape...quando a música é boa e posso tocar com liberdade. Fora isso, é tortura...insuportável, doentio e ridícula em termos de retorno financeiro.
Escolhas erradas, falta de visão, oportunidades jogadas fora, burrice, inveja, inimizades e falsas amizades...tudo isso leva ao fracasso.

Não existia volta...já tinha tirado carteira da OMB, do Sindicato...tava com a guitarra que eu queria..virei músico de verdade.
   
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Overdriver Colorsound


Lançado em 1971 (a versão 9 volts) permanece como um dos mais poderosos pedais de booster/overdriver já lançados.
Simples em sua construção, contava apenas com controles de grave, agudo e driver. Em sua re-edição foi acrescentado um potenciômetro de volume em sua lateral, para que pudesse ser usado como um pedal normal, pois antes a idéia era: Ligue, regule e toque...e não esqueça de usar o volume do amplificador com parcimônia, pois este pedal tem um pré poderosíssimo e é como se você estivesse ligado no 12 do amplificador...podendo até danificar os alto-falantes, caso esqueça de colocar o volume do amp baixo...bem baixo.
Com a adesão deste potenciômetro de volume, este "problema" foi resolvido.

O grande lance deste pedal, além do seu som, sua clareza, peso, ganho... é usa-lo o tempo inteiro ligado e usar o volume da guitarra como o master. Ou seja: Você tem todo o controle de saturação no próprio volume da guitarra e a medida que o abaixa e limpa seu som, o volume não cai tanto como aparentemente acharíamos que isso iria acontecer.
O nível de variação que seus dois controles de agudo e grave permitem, é muito útil para situações em que vc não tem um bom amplificador e até mesmo quando ligado direto no PA. Neste caso, por experiência própria, peça ao técnico de som para reduzir os médios e agudos da mesa..as vezes zera-los mesmo e deixar que você regule o melhor timbre, usando os controles do Colorsound que são extremamentes dinâmicos. Esse pedal é capaz de transformar um amplificador vagabundo em algo com um som bem razoável...sem contar que seu alto ganho e características, fazem um amplicador transistorizado ter uma sonoridade próxima de um valvulado, realmente quente.
Ele funciona muito bem em ambos estilos de amplificadores, mas tenho pra mim que realmente surpreende em um transistorizado...justamente por não faze-lo soar como tal.

Jeff Beck, eu sabia que usava e recentemente li que Jan Akkerman e David Gilmour, entre outros guitarristas, também usaram e talvez ainda usem este pedal.

Além do alto ganho e da dinãmica que ele possibilita nas mãos de um guitarrista que tenha uma boa técnica e conhecimento, a sonoridade dele é bastante clean e aberta e tem um corte sensacional...você sente as notas rasgando, enquanto alguns outros pedais overdriver tem característica mais aveludada, ou abafada. Ele realmente brilha.

O primeiro destes pedais que tive, tinha a carcaça preta e sem o controle lateral de volume. O consegui em 1977 e levei um tempo para entende-lo em sua plenitude. Depois que saquei qual era a dele, me apaixonei e não quis mais saber de outro. Foi reformado inúmeras vezes, até que as trilhas de sua placa começaram a se soltar. A saída que arrumei foi pedir para um amigo fazer uma cópia dele e para minha sorte funcionou exatamente igual...até sua morte definitiva, no final dos anos 80.
Como a oferta de novos pedais era grande, desencanei e parti para outros, mas nenhum me satisfez totalmente, nenhum dos que testei tinha as características que ele tinha.

Algum tempo depois eu estava insatisfeito com um Rat e a pessoa que quis compra-lo era esses caras que negociam pedais, instrumentos... então conversando com ele por telefone, falei do Overdriver Colorsound que eu tanto amava e para minha surpresa ele tinha uma re-edição. Me parece que o cara não conseguia se livrar dele e como o Rat era um pedal que estava na moda na época, nem pensei duas vezes ou em levar vantagem de alguma forma e trocamos os pedais pau a pau. Saímos ambos felizes da vida.

Senti uma leve diferênça na sonoridade..o primeiro soava mais doce e essa re-edição tinha uma sonoridade mais seca e levemente puxando para o médio, além do controle de volume na lateral e também sua caixa agora era cinza... mesmo assim era bom também. Claro que não resisti em olhar ele por dentro e de cara notei algumas mudanças, como circuitos integrados...o anterior usava 3 transistores. Inquieto e como tinha o esquema e sabia as peças do anterior, pedi a um novo amigo e que manjava bem de eletrônica, para me fazer um. Novamente ficou perfeito e pude comparar realmente a diferença de timbre dos dois modelos. Não sei se porque a caixinha que arrumei para montar o pedal era muito pequena, ele deu uma creca e pifou. Como eu tinha a re-edição e este amigo não tinha muito tempo disponível, preferi não chatea-lo pedindo para consertar o pedal.

Outra coisa interessante sobre este pedal. A bateria dura, meu amigo. E você só sente que precisa troca-la quando ela já esta realmente no fim, pois o som começa a dar umas rateadas. Mas não creio ser uma economia inteligente deixar chegar a esse ponto, o caso é que também nunca soube quanto tempo elas duravam, pois por não sentir diferença no som (exceto como falei acima) você simplesmente esquece que ele usa bateria.

Me divertia também ver a cara de espanto de outros guitarristas vendo o som que eu tirava, com o peso, clareza, saturação e porrada, ligado em pequenos amplificadores transistorizados que ninguém dava um tostão. Achavam que eu tinha mexido no amp ou na guitarra, não acreditavam que vinha tudo do pedal.
Certa vez em um festival de bandas, um amigo passou e escutou o som, mas não olhou para detalhes e foi fazer sei lá o que. No final de nossa apresentação ele voltou e depois veio falar comigo. Disse que não acreditou quando viu que eu estava tocando com um pequeno BAG da Giannini. Para ele eu estava plugado em um Marshall, tamanha potência do meu som. Dei risada, é claro.

Ao contrário dos footswitchs dos wha-whas da Colorsound, o foot dele é de metal, hiper resistente e nunca quebrou ou deu qualquer tipo de problema comigo, apenas existe o inconveniente do "pop" quando o ligamos ou desligamos, ser um pouco alto demais...novamente, cuidado com seus alto-falantes.

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Wha-wha Colorsound

A Inglesa Colorsound - Sola Sound LTD, surgiu em 1964 e sua contribuição para a historia dos pedais de efeito é inegável. Continuam fabricando seus pedais vintage, que para um leigo talvez passem desapercebidos e sejam taxados de pedais de boutique, por serem coloridos, grandes... mas não se iluda. Esses pedais tem um imenso poder de fogo.

Vou analisar um wha-wha (2, na realidade) que tive, logo com total conhecimento de causa.

A Colorsound fabricou, não sei se ainda fabrica mas creio que sim... vários modelos de wha-wha. Simples, em conjunto com fuzz, com fuzz e volume...
Tive dois amarelinhos que eram esses combos. Wha-wha, Fuzz e Swell (volume).
O primeiro, uma versão em tamanho digamos normal e o segundo exatamente igual, só que em uma caixa mais larga, mas interiormente e sonoramente eram basicamente iguais, não consegui perceber nenhuma diferênça sonora.
Sua construção era bem robusta, mesmo seu box sendo de um metal bem fino, o que o deixava leve, ao contrario de wha-whas como o Cry Baby e o Vox.

O cursor que movimenta os potenciômetros (wha e volume) feito em plástico, nunca me deu problema e funcionava perfeito. Como em todo pedal de wha-wha, aconselho a não mexer neste engenho, a não ser por absoluta necessidade ou insatisfação com o timbre. Todas as vezes que inventei de fuçar esta parte e tentar fazer alguma alteração, tipo tentando posicionar o potenciômetro de forma que me desse mais grave ou agudo (não tentei isto no Colorsound por não haver necessidade, uma vez que sua sonoridade me agradava completamente) ..enfim, em outras marcas tentei...e me dei mal, não conseguindo ajusta-lo novamente de forma satisfatória.

Os jacks dos pedais Colorsound eram outro capítulo a parte. Mesmo sendo feitos de plástico rígido, eram de uma precisão e qualidade absurdas e caso você precisasse tira-los, podia fazer isso com a mão, sem necessidade de nenhuma chave ou alicate. Tenho alguns até hoje, firmes, macios e sem ruidos, e sempre que preciso fazer alguma troca de jacks, recorro a eles.

Os footswitches do fuzz e do wha-wha, se posicionavam da seguinte forma. O do wha-wha ficava na parte dianteira do pedal e o do fuzz, na traseira, onde se posiciona nosso calcanhar. Existia o risco de você ligar o fuzz quando estivesse usando o wha-wha ou o volume, mas comigo nunca aconteceu e sempre funcionaram a contento. Acredito que tenham feito uma versão deste pedal mais larga, justo para não ter este risco.
Esses footswitchs usados neste pedal, são os únicos defeitos que encontrei, pois eram feitos de plástico e não tinham a resistência necessária a esse tipo de peça. Dois deles quebraram comigo..não interiormente, mas na peça que acionamos com o pé. Ainda deu pra ser usado...bastava pegar uma chave de fenda e acionar a chave, mas aí é uma coisa inviável. Imagine você ter que fazer isso no palco..não tem como, além do ridículo que seria. Tive que trocar os foots.

O volume (swell) tinha o curso suave como deve ser um pedal de volume e funcionava sem problemas.

O Fuzz não era uma maravilha, mas se você não tivesse um pedal desses, uma distorção ou um driver qualquer separado, quebrava um grande galho. Não tinha recursos extras para ele, além da chave para aciona-lo, mas creio que a idéia da inclusão dele no wha-wha fosse apenas essa...ter também uma distorção, caso necessário.

De todos os wha-whas que ja tive ou testei, nenhum se compara a este em termos de timbre. Seguramente sua guitarra soará mais bonita com ele e não descarto a possibilidade de usa-lo apenas como um pedal de timbre, estacionado em algum ponto de seu curso. Usando-o normal como um wha-wha, ele brilha com sua gama de frequências realçadas e ao mesmo tempo suaves. Por exemplo..os agudos e os médios não gritam no seu ouvido e nem os graves sôam ôcos, como alguns wha-whas.
Hoje por ser difícil de se conseguir um pedal desses, opto pelo wha-wha da Vox, que é o mais honesto e de timbre mais agradável e gordo que conheço, mas em termos de beleza de timbre, esse da Colorsound, na minha opinião é imbatível.

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Amplificador Fender Deluxe 85


Para quem esta começando a tocar ou mesmo já toca e não tem muita grana mas precisa de um amp razoável, existe uma linha de pequenos combos transistorizados que quebram um galhaço. Não custam os olhos da cara novos e mesmo se a grana estiver muito curta, que só dê pra um usado, existe a chance de conseguir um barato e em bom estado.
Esses amplificadores pequenos costumam ser bem versáteis e seguram a onda para se tocar em lugares como barzinhos, estudios...e mesmo se o lugar for grande, é só microfonar que resolve o problema. Se você tem grana, compre o que quiser mas lembre-se, comprar um amp com configuração a partir de 2 alto falantes de 12 polegadas, pode ser que você não o tire muito de casa. Se o teu lance é hobby, tudo certo, raramente vai sair de casa mesmo. Na prática, se você toca nos lugares, tendo que carregar o amp e descobrindo que não vai usar nem a metade da potência dele, vai ver que não vale o prazer. Se o cara toca com artistas de grande porte, em locais grandes, acho que pode e deve ter o seu set pesado, assim como ele também sabe que em um show menor não precisa levar o set todo...ou nada do set e optar por um combo desses pequenos e práticos. Mas como os mortais tocam mesmo é em barzinhos, eventos de motociclistas, festas variadas... nada monumental e que também não pagam grandes coisas, então é um combozinho de 30 a 50 watts, pra não ficar muito grande e ta muito bom. Você também tem um som legal assim. Não estou comparando amplificadores, estou falando de amps transistorizados de baixo custo e que funcionam a contento. Tive alguns.. uns gostei e outros nem tanto, mas em comum é que seguraram em todos os lugares que toquei. 

Começando pelo Fender Deluxe 85. Não creio que ainda esteja sendo fabricado pela Fender, mas com sorte se encontra algum usado em bom estado. É um amp com visual classudo ou de boutique, se preferirem, bastante versátil e com um som bem bacana. O tradicional cristalino dos Fender.
Tem dois canais que podem ser usados em conjunto, com controles separados. Plugando no segundo canal, você tem sua guitarra limpa e pode mixa-la com o canal sujo. Ou seja, é como se você estivesse tocando com duas guitarras ao mesmo tempo, sendo uma limpa e a outra com distorção. É um recurso bem interessante. Não pesquisei esse recurso a fundo, pra saber das possibilidades e também não tinha o manual do amp, que talvez dissesse algo. O comprei usado em excelente estado, mas sem manual.

Ele vem com um footswitch de 3 botões (de se acessar com o pé, é óbvio)
Usa um falante Fender de 12 polegadas que responde muito bem, tem entradas para o footswitch, pre-amp In, power amp Out e fone de ouvido.
No canal "sujo" você tem controles de ganho, boost, limiter, agudo, médio, (com uma chavinha para acessar um booster para esse médio) grave, volume master e o reverber...que é um capítulo a parte.
É um reverber dinãmico que da um realce na regulagem de timbre que você estiver usando, tornando-a mais bonita..realçando-a mesmo, quase como um outro potenciômetro de tonalidade ou melhor..um leve Enhancer.

O som clean dele é o estilo Fender. Brilhante e bem balanceado, puxa levemente para o agudo e não da ênfase aos médios. Seu canal limpo é simples. Volume, grave e agudo apenas. O reverber é comum a ambos os canais.

Se você usa distorção pesada, talvez precise de um pedal extra...ele não é um amp para heavy, hard...o que não quer dizer que não possa ser usado para esses estilos, mas por sua característica clean e brilhante, falta peso nele. Pra tocar, blues, rock, funk, progressivo, pop...ele se sai bem.
O segundo canal, que tem a distorção, também tem recursos de boost e mid boost, que encorpam a distorção e claro, também alteram um pouco o timbre.

A potência dele é boa, mas não acredito que seja os 85 watts que diz na traseira do amp e conforme o próprio nome diz.
Você nunca tem noção exata da potência de um transistorizado e se ele responderá a potência que diz em sua embalagem. Geralmente o volume deles segura a onda e você não precisa esgoelar o bicho, mas sempre existe a dúvida...ele vai segurar com uma banda que toque alto?

O que posso dizer sobre isso é que eu adoro tocar alto e se consigo tocar com ele no mesmo nível de volume de um baterista que toque alto, sem sacrificar o amp, ele me serve. Com esse Fender rolava e hoje toco com um outro Fender de 25 watts e creia, aguenta também.

É um amp para ser usado com cuidado, pois tem uma certa fragilidade nas peças...em especial nos jacks. Bem acabado, com visual bonito e cuidadoso, não pesa muito e nem é muito grande.
Se achar um em bom estado, não acredito que será o amp dos seus sonhos, transistorizado nenhum é, mas será um belo ajudante. Lembre-se que estamos falando de pouca potência, poucos falantes...ele é apenas um cubo, ou se preferir, um mini amp. Não é como um valvulado, que já na aparência se impôe e principalmente com sua potência real. 30 watts é 30 watts e faz um barulho de respeito.

Aqui no blog tem arquivos de audio com a banda Venia, que estou usando esse Fender de 25 watts que falei acima.
Ouça como ele segura e não cheguei o volume no 5. Dependendo da gravação, talvez tenha usado a guitarra direto nele. No vídeo diz.

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Amplificador Randall V2XM


É um combo de 30 watts, com 1 entrada e 2 canais, selecionavéis por uma chavinha.
O canal limpo, que tem um bom som clean, tem apenas o controle de volume.
O canal 2 é o da distorção e tem controles de ganho, uma chave de booster e volume.
Tem dois sets de equalização, comuns a ambos os canais.
Um paramétrico com baixo, médio e agudo e o outro, um equalizador gráfico de 3 bandas. Ambos são bastante ativos e consegue-se várias combinações de timbres com eles.

Master volume, entrada para fone de ouvido e usa um falante de 12 polegadas original da Randall.

Na parte de trás dele, tem entradas de send e return (effects Loop),  footswitch e aquelas entradas RCA para Tape/CD.

É um combo desses com a traseira toda fechada e que tem uma resposta muito boa para sons pesados. Segundo ouvi dizer, a Randall é uma marca especializada em amplificadores para Heavy Metal. A sonoridade dele tem aquela coisa risp e cortante. Realmente lembra timbres heavy e por mais que você tente se livrar disso, ela sempre esta presente. Não é um defeito, é uma característica do amplificador. Se a tua praia não é Heavy, ou você acostuma e relaxa com o que conseguir de aproximação ao seu timbre ou então parta pra outro....ou passa a tocar heavy metal rs

Claro que estou sendo extremista, amp nenhum se presta apenas para um estilo, assim como guitarra nenhuma, mas é fato que existem instrumentos e amplificadores, projetados com intenção de soarem melhor e serem direcionados para determinados estilos.
Por exemplo. Jamais compraria uma Ibanez, pois teria pouca utilidade para mim e sua sonoridade não tem a ver com a minha. Não uso humbuckings, não uso alavanca a ponto de precisar de uma Floyd Rose, o braço rápido da Ibanez também não me é confortável, uma vez que gosto e preciso de braços mais gordos....questão de estilo e uso, nada a ver com a qualidade das Ibanez que todos sabem é excelente. E assim é também para determinados amps, que as vezes nem são construídos com esse intuito mas que tem uma sonoridade que se encaixa em determinados estilos.
Amps Fender, Vox, Ampeg... já não são assim tão comuns de serem vistos nessa praia..o que também não quer dizer que não possam ser usados para heavy...basta surgir algum guitarrista usando, com um timbre heavy que ele conseguiu sabe-se lá como e pronto...começam a surgir os seguidores e adoradores. Sempre foi assim, só depende do talento e da capacidade do músico em pesquisar, fuçar e inventar.

Voltando ao Randall, sua caixa é daquelas fechadas, o que da um bom peso e graves. Fiz um teste uma vez e abri a caixa. A sonoridade mudou, é claro. Ficou mais aberta, com mais ambiência, perdeu o gravão e consegui disfarçar um pouquinho melhor o tal timbre heavy. Mas como é um amp desenhado para usar com o cabinete fechado, preferi fecha-lo de novo.

É um amp que segura uma banda barulhenta pesada (barulhenta no sentido de tocar alto) mas é evidente que se você toca Heavy metal e quer ter aquela sonoridade massuda, precisará de mais potência pra trabalhar relaxado e mais falantes. Para tocar em locais pequenos, no reino dos normais, ou até gigs maiores e também em algumas que tem um Q de furada e você tem que pagar pra ver, nisso tudo, um amp pequeno que sôe razoavel é prático, leve e resolve. De visual ele é bem feinho mas isso não é motivo de preocupação...importa que ele fala!

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Amplificador Fender Frontman 25R

Fender Frontman 25R.

Seguindo a idéia de amplificadores (transistorizados) de pouca potência, com um som decente, práticos e de baixo custo, mais um pequeno valente é este Fender Frontman 25R. Já tive um e toquei muito com ele em barzinhos, raramente precisando microfonar. Para um transistorizado de 25 watts, a potência dele é bem real. Nunca precisei chegar no 7, no volume dele. Atualmente ensaio com uma jam band e uso um outro desses. Tocamos alto e no máximo coloco no 5.

É um amplificador simples como todo amp deve ser. Um canal limpo, outro sujo e reverber...basicamente.
Tem entrada para footswitch, fone de ouvido e para uma outra caixa de 8 ohms, o que é excelente se você quiser um som mais aberto, com outra ambiência. Você usando outra caixa, o falante dele não atua.

O som dele como todo Fender, é clean e brilhante e não decepcionará quem esta a procura de um timbre clean real de guitarra. Ele da a sensação de que já vem timbrado com as características que estamos ouvindo e é o que acredito que aconteça com todos os amps.
Traduzindo... ele já vem com um certo agudo, um tantinho de médio e algum grave. Então você pode acrescentar mais de tudo com os controles de agudo, médio e grave, mas não diminuir desse ponto em que ele já vem regulado. Os controles não zeram, entende? Nosso timbre geralmente depende disso...de zerar os controles.
Mesmo assim, a gente se vira e chega próximo..é assim com todo amplificador.

Seu canal de driver:
Não sou de usar pedais e a maioria das vezes tenho usado apenas a distorção do amp...que regulada direito não desaponta.

O reverber dele não soa musical e atuante como o de outros Fender. Da aquela leve colorida no timbre, mas no caso do Frontman, ele tira um pouco o corpo do som...fica mais magro...e não compensa perder peso em função de um muito leve embelezamento do timbre...mesmo assim, se quiser aquele coloridinho ele esta ali. E o recurso reverber, em si, funciona direito e sem surpresas.

Usa um falante Fender de 10 polegadas e é onde me desagrada certos amps.
Não gosto do timbre que apenas um falante de 10 me dá...sempre puxará para o médio agudo. Já reparei isso em outros amps que tive ou toquei, de outras marcas também e que usavam um falante de 10. Eles se parecem neste quesito. Com um falante de 12 já soam um pouco mais agradáveis e maleáveis...apesar da característica do amplificador sempre estar presente.

É um amplificador que não te deixará na mão. O que tive, este que uso e que já ralou muito também...não tenho do que me queixar. Você tendo os cuidados naturais, talvez o único em especial seja com o jack de entrada, que não é muito resistente.

Aqui no blog tem vídeos-audios comigo tocando com a banda Venia e estou usando ele. Em um dos audios, ele e guitarra, só. No outro, ele com uma distorção que programei em uma Zoom. Da pra ter uma boa idéia de como o bichinho responde.

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Amplificador Marshall Valvstate VS65R


Testei o Marshall Valvstate VS65R de um amigo meu..Jorge Pra. A primeira coisa que preciso gostar em um amplificador, é seu timbre. Se gosto do timbre dele, é porque sei que vou conseguir chegar próximo do meu timbre. Levando-se em consideração, que você já tenha seu timbre na cabeça e saiba como chegar nele, ou próximo dele. Chegar nele realmente, só quando você acha o amp certo.

Ele tem um clean bem bacana, com bastante definição, versatilidade e a tradicional tendência para os agudos. Senti um pouco de falta de graves, mas nada grave rs.

O canal limpo tem controles de grave, médio e agudo, uma chavinha para mudar de canal e uma outra chamada Tone Shifter que da uma leve emagrecida no som, sem perder o ganho ou a côr, muito útil para quem gosta de explorar timbres mais leves.

No canal sujo os controles são:
Ganho, graves, um potenciômetro de Contour para acentuar como um todo a regulagem que você fizer, para dar uma compensação a sonoridade final, ou dar uma aveludada no som ou o contrário, deixar mais aberto... mais um controle de agudos e neste canal, não tem controle de médios.
Volume master, FX Mix e reverber.
A distorção é bem parruda e na falta de um pedal de driver, você tem nela uma boa opção para os solos e bases sujas.

Em sua parte traseira tem entradas para Headfone, footswitch, Fx Loop (send e return) e uma saída Line (out)

Usa um falante Marshall Gold back de 12 polegadas.
A construção do gabinete é excelente, bem desenhada e robusta, o que te da uma boa ambiência final de resposta sonora. Uma caixa bem projetada e construída, faz uma imensa diferênça no som de qualquer amplificador.

Isso me fez lembrar uma caixa que usei e que me fez a partir daí, ficar atento a isso.
Estava tocando em uma churrascaria (meu calvário) e o dono da aparelhagem apareceu com uma caixa de 4 falantes de 12 polegadas, que era uma cópia vagabunda de uma caixa Marshall.
De cara eu estranhei o peso dela. Uma caixa com 4 alto falantes de 12, mais a madeira, normalmente tem um peso considerável e essa era uma pena. Conforme fui tocando nela, comecei a reparar que ela simplesmente não respondia. Não tinha graves, não tinha ambiência, o timbre era pobre e também não tinha volume...o som não rendia. Por curiosidade em um ensaio abri a caixa. De cara notei que a madeira usada era um lixo, frágil e não era madeira que se usa em caixas. Reparei olhando com cuidado, que ela não tinha o mesmo tamanho de uma caixa Marshall original. Tirei as medidas e comprovei depois com uma caixa verdadeira de um amigo. A marca dos falantes nem me dei ao luxo de prestar atenção...eu sabia que não prestavam, até porque o som que eu tirava com ela era uma lástima.
Como a caixa não era minha, nem coloquei minhoca na cabeça do dono. E ainda bem que ele não me pediu opinião sobre, pois eu sou bem sincero nessas horas.
Enfim, isso serviu para eu aprender que uma caixa acústica tem uma imensa responsabilidade no som final de um amplificador. Uma caixa mal projetada, com madeira inadequada... você pode ter o alto falante que for, que ele não responderá a contento e um desavisado pode até achar que o problema seja o alto-falante. Não se iluda...o gabinete de seu amplificador, a caixa externa que você usa...pode fazer teu som ficar firinfinfin e te deixar imensamente insatisfeito, vai depender se quem o construiu sabia o que estava fazendo e da importância que o conjunto tem no todo.

Esse Marshall VS65R, é um amp versátil e responde bem, creio, em qualquer estilo musical...não o achei específico a som nenhum e isso é ótimo.
Esse meu amigo, tem também um outro Marshall mais recente e será o próximo da lista.

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Boss PS-3 - Pitch Shifter Delay

Como não sou ligado em pedais de efeito e gosto apenas de um ou outro, não sou tentado a compra-los, pois sei que terão pouca utilidade para mim. Mas gosto desses pedais que tem vários recursos (quando funcionam, é claro) e uma vez comprei um PS-3 Digital Pitch Shifter / Delay, da Boss que era bem interessante. 
Seu set de botões eram.: Um de balanço, para vc mixar o efeito com a guitarra limpa, dois de Pitch, ( F.Back e D.Time) que também eram usados para as outras regulagens, como com o Delay, o Chorus, Flanger... e um quarto botão, (Mode) que era o seletor dos efeitos com 11 opções.
Além das entradas normais, ele tinha entrada para um pedal de volume (expressão) e acesso assim, ao efeito Whammy.

Com alguns recursos, o que mais gostei, até porque estava interessado em ter um pedal específico para isso, era sua sessão de Pitch. Na realidade duas sessões que você podia usar separadas ou juntas. Fiz muitas harmonias loucas brincando com os intervalos. Já para solos era complicado, exceto se fosse um solo pronto...de improviso ficava uma bagunça só, pois o pitch dele não era inteligente.

Entre as opções de regulagens que ele tinha, destaco o Chorus que era sensacional. Sutil e harmonioso, como eu gostava. Regulado para soar como um Flanger, também se saía muito bem.
Ring Modulator era outro efeito disponível.
Ele tinha uma regulagem onde descobri que não resultava em efeito, mas mudava drasticamente o timbre da guitarra.
Por exemplo...se sua guitarra estava regulada bem aguda, colocando nessa posição..que tenho uma leve lembrança que era no 10, do botão de seleção..enfim, de agudo sua guitarra ficava com um médio grave profundo. Para brincar nos solos era bem interessante.

Este pedal tinha dois pontos que considerei críticos.
Sua sessão de Delay deixava a desejar. Nunca consegui uma boa regulagem...ta certo que sou meio anta com regulagens de Delay, mas não tanto que não consiga por uma que me satisfaça.

O outro ponto crítico, foi o que me fez desistir dele.
O raio de um atraso, cuja única forma de disfarça-lo era com o botão Balance. Você tinha que colocar a mixagem da guitarra limpa, com a com o efeito no mínimo do efeito..no limite mesmo.
E mesmo assim o atraso não sumia, só ficava camuflado.
Tirando isso, era um pedal útil e cheio de recursos, que nem explorei a fundo, mas no tempo em que estive com ele, vi que ele ainda tinha algumas cartas na manga...mas tinha que fuçar e eu nunca tive muita paciência pra isso.

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